Quem apoiou mais austeridade, o candidato do PSD ou o do PS?

Eurodeputado social-democrata acusa PS de apoiar Timmermans, que defendeu mais austeridade para Portugal. Eurodeputado socialista acusa PSD de apoiar Weber que... defendeu mais austeridade para Portugal.

Foto
Frans Timmermans pertence ao partido que mais castigou Portugal durante o período da troika, disse Paulo Rangel. Mas o candidato apoiado pelo PSD, Manfred Weber, pediu medidas mais duras para Portugal, lembrou Carlos Zorrinho Francois Lenoir/Reuters

A defesa da austeridade para Portugal dos cabeças-de-lista (spitzenkandidaten) das famílias europeias dos partidos portugueses PSD e PS deu origem a uma troca de acusações sobre quem deu o apoio a essa medida.

O vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE), Paulo Rangel, considerou esta quinta-feira "estranho" que o primeiro-ministro português, António Costa, tenha tido um papel determinante no processo que permitiu aos Socialistas Europeus unirem-se em torno da candidatura de Frans Timmermans à presidência da Comissão Europeia.

"Se ajudou é estranho, porque Timmermans é um homem do Partido Socialista holandês que mais castigou Portugal durante o tempo da 'troika'. Os mais inflexíveis eram os holandeses, nomeadamente o senhor [Jeroen] Dijsselbloem que todos conhecemos”, disse Paulo Rangel à agência Lusa. “Timmermans tem uma visão muito ortodoxa, que é própria dos holandeses de todos os quadrantes. Até estranho como o PS se revê no candidato Timmermans, que defende posições que [Manfred] Weber nunca defendeu", disse o eurodeputado social-democrata.

Já o eurodeputado socialista Carlos Zorrinho reagiu à nomeação de Manfred Weber com o apoio do PSD acusando o alemão de ter apoiado mais austeridade. Zorrinho lembrou uma carta de 2016 de Weber a Jean-Claude Juncker “exigindo o endurecimento de posições da Comissão em relação a Portugal, e solicitando a aplicação de ‘todos os instrumentos incluindo os da vertente correctiva do PEC’”, sanções que, no entender de Zorrinho, teriam custos em termos de reputação do país e “cerca de 360 milhões de euros.”

“Para os portugueses a mensagem é clara”, diz Zorrinho. “A direita portuguesa na União Europeia continua o seu caminho de subserviência e de apoio a quem objectivamente não deseja que Portugal se afirme social e economicamente como um parceiro entre iguais na União Europeia.”

Sugerir correcção
Ler 1 comentários