Jardim avisa para os Bolsonaros e Maduros que podem aparecer

No lançamento do romance diz NÃO!, o segundo livro que publica desde que se reformou em 2015, Alberto João Jardim voltou a defender uma revisão constitucional.

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O ex-presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, durante o lançamento do seu livro "diz Não!”, no Museu de Imprensa da Madeira, em Câmara de Lobos LUSA/HOMEM DE GOUVEIA
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O ex-presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, acompanhado por Guilherme Silva, durante o lançamento do seu livro "diz Não!”, no Museu de Imprensa da Madeira, em Câmara de Lobos LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

O antigo presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, voltou esta sexta-feira a defender a urgência de uma revisão constitucional como única solução para evitar derivas radicais no país: sejam elas à esquerda, sejam à direita.

“Há solução democrática para Portugal, sem ser preciso o que normalmente nestas circunstâncias aparecerem: Bolsonaros à direita e Maduros à esquerda”, disse Jardim aos jornalistas, à margem da apresentação do romance diz NÃO! que marca a estreia do político madeirense neste género literário. Mas para acontecer essa transição pacífica, ressalvou, é preciso “mudar o regime” político nacional, o que só se faz através de uma revisão constitucional.

O ex-chefe do executivo madeirense, cargo que ocupou durante 37 anos, não esconde que foi sempre “contra o regime constitucional de 76”, por entender que não representava uma “democracia ideal” para o país. “Para mim, um regime democrático ideal é a proposta que eu faço no Relatório de Combate”, acrescentou, referindo-se às memórias políticas que publicou no ano passado.

diz NÃO! é, nas palavras do autor, uma ficção que procura apontar um futuro para o país. Nas páginas do livro, que atravessa a sociedade portuguesa desde a década de 1970 até ao final dos anos 20 do nosso século, está condensado muito do pensamento político de Jardim - aquele que defendeu durante os anos finais do jardinismo e que serviu de base ao projecto de candidatura à Presidência da República, que ponderou em 2016 e acabou por não concretizar.

“A gente chega a uma certa idade, já não tem tantas responsabilidades e tem de encontrar maneira de ocupar o tempo útil. Faz o que gosta. Eu gosto de escrever, comecei a magicar e fiz um romance”, explicou Alberto João Jardim, admitindo o “gozo” que sentiu ao escrever um romance aos 75 anos.

O livro, o segundo que Jardim publica depois de se ter retirado da política activa em 2015, foi apresentado no Museu da Imprensa em Câmara de Lobos, numa sala apinhada com velhos e novos PSD, e até com alguns antigos adversários políticos. 

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