"Não pedi a ninguém para me registar na Assembleia", diz José Silvano

Secretário-geral do PSD fez declaração a explicar ausências no Parlamento, sem direito a perguntas.

José Silvano fez declaração na AR
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José Silvano fez declaração na AR Miguel Manso
Faltas motivaram declaração
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Faltas motivaram declaração LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Secretário-geral do PSD pede que Procuradoria-Geral da República investigue o caso, numa declaração aos jornalistas sem direito a perguntas, a propósito do registo de presenças em plenário por outro colega nos dias 18 e 24 de Outubro

José Silvano, deputado e secretário-geral do PSD, assegurou que não pediu a ninguém para se registar na Assembleia da República e disse saudar a iniciativa da Procuradoria-Geral da República de estar a analisar a possibilidade de investigar o caso, numa declaração aos jornalistas, esta tarde, no Parlamento, em que não permitiu perguntas. Se não avançar, será o próprio a pedir esse inquérito, acrescentou.

“Não registei a minha presença, não mandei registar, não auferi qualquer vantagem”, disse. Esta declaração não esclarece, no entanto, como é que o sistema informático da Assembleia da República registou a presença do deputado nos dias 18 e 24 de Outubro no plenário quando este se encontrava ausente do Parlamento em iniciativas partidárias.

O secretário-geral rejeitou ter pedido a alguém para se registar no computador do plenário, prática que sugere que nenhum deputado com responsabilidades partidárias tenha feito ao longo dos anos. “Não pedi a ninguém para me registar tal como estou convencido que nenhum deputado terá feito mesmo quando no exercício de cargos partidários ao longo dos anos”, disse.

José Silvano mostrou-se surpreendido pela “dimensão mediática” que o caso atingiu e lembra a virtude da sua vida pública. “Sou um homem honrado com mais 30 anos de vida pública nunca ninguém me apontou qualquer irregularidade ou colocou em causa a minha honorabilidade até ser secretário-geral”, disse o ex-presidente da câmara de Mirandela.

O dirigente disse querer mesmo que o caso seja investigado pelo Ministério Público. Por isso, caso não seja verdade que a PGR esteja a analisar a possibilidade de abrir uma investigação, será o próprio a exigir. “Sou eu que reclamo publicamente que abra um inquérito”, disse porque “quem não deve não teme”. José Silvano usou ainda um outro provérbio - “quem não se sente não é filho de boa gente” - na declaração que leu na sala de conferências de imprensa do Parlamento. E justificou não ter tomado uma “posição imediatamente”, por nunca ter “imaginado” as proporções deste “episódio”.

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