Teresa Lago vence o Grande Prémio Ciência Viva Montepio

O professor Filipe Ressurreição e o realizador de rádio Edgar Canelas venceram os Prémios Ciência Viva Montepio Educação e Media, respectivamente.

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Actualmente, Teresa Lago é secretária-geral da União Astronómica Internacional Fernando Veludo/NFACTOS

A astrónoma Teresa Lago – que actualmente é secretária-geral da União Astronómica Internacional (UAI) – é a vencedora do Grande Prémio Ciência Viva Montepio, divulgou esta terça-feira a agência Ciência Viva. O professor Filipe Ressurreição foi distinguido com o Prémio Ciência Viva Montepio Educação e o realizador de rádio Edgar Canelas recebe o Prémio Ciência Viva Montepio Media. A entrega dos prémios realizar-se-á a 24 de Novembro (Dia Nacional da Cultura Científica) no Anfiteatro do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, às 15h, e terá a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.

“O Grande Prémio Ciência Viva Montepio distingue Teresa Lago pela sua acção notável na promoção da cultura científica enquanto professora, investigadora, autora e divulgadora no campo da astronomia”, lê-se num comunicado da Ciência Viva.

Em 1979, Teresa Lago doutorou-se em astrofísica na Universidade de Sussex (Inglaterra). Em 1983 esteve na criação da primeira licenciatura em astronomia em Portugal, na Universidade do Porto. Em 1988 preparou a candidatura de Portugal ao Observatório Europeu do Sul (ESO). No mesmo ano, fundou o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, o primeiro centro de investigação nesta área no país.

Teresa Lago também foi membro fundador do conselho científico do Conselho Europeu de Investigação (ERC). Em 1996, a astrónoma preparou o projecto para o Planetário do Porto – em parceria com a Universidade do Porto, a Câmara Municipal do Porto e o Ministério da Ciência e Tecnologia –, que abriu em 1998. Actualmente é secretária-geral da UAI, organização de que vai estar à frente até 2021.  

Já Filipe Ressureição – professor de biologia do ensino secundário – é distinguido “pela criação da Oficina da Ciência no Agrupamento de Escolas de Arouca, e pelos modelos inovadores de ensino e aprendizagem das ciências aí implementados, traduzindo-se num programa multidisciplinar de iniciação à investigação científica e promoção do contacto da comunidade escolar com cientistas”, refere o mesmo comunicado.

Desde 2001, Filipe Ressurreição também é investigador convidado do Centro de Botânica Aplicada à Agricultura do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa. Nesse centro, integra o grupo de epigenética. Como investigador, interessa-se por biologia celular e molecular (nomeadamente na toxicologia ambiental) e pela educação para a ciência. Filipe Ressureição já foi distinguido cinco vezes com o Prémio Especial Professor Coordenador de Jovens Cientistas e Investigadores.

Por fim, Edgar Canelas recebe o Prémio Ciência Viva Montepio Media “pela cobertura regular que ao longo do seu percurso profissional tem feito sobre temas científicos de actualidade, nomeadamente no magazine semanal Os Dias do Futuro, da rádio Antena 1.” O programa semanal está no ar há 11 anos e já recebeu mais de 800 investigadores. O primeiro convidado deste magazine semanal – que começou a 20 de Outubro de 2007 – foi o paleontólogo Octávio Mateus. Entretanto, já houve edições sobre os resíduos de anti-inflamatórios e antibióticos no estuário do Tejo ou sobre um grupo de estudantes portugueses que viajou até à Antárctida.

Estes prémios são atribuídos todos os anos pela Ciência Viva e pelo Montepio a “personalidades e instituições que se destacaram pelo seu mérito excepcional na promoção da cultura científica em Portugal”, refere-se no comunicado. As personalidades distinguidas são seleccionadas pelos representantes das instituições científicas que fazem parte da agência Ciência Viva.

Tudo começou há seis anos e já foram distinguidos com o Grande Prémio o geólogo Galopim de Carvalho, o botânico Jorge Paiva, os físicos Manuel Paiva e Carlos Fiolhais e o patologista Manuel Sobrinho Simões. Já o Prémio Ciência Viva nos Media foi atribuído aos criadores da secção de Desafios do PÚBLICO – a ilustradora Cristina Sampaio e os matemáticos José Paulo Viana e Eduardo Veloso – em 2013. E, em 2017, a jornalista do PÚBLICO Teresa Firmino foi distinguida juntamente com Filomena Naves, a jornalista do Diário de Notícias, com o mesmo prémio.

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