BE reclama apoios eficazes para agricultores e sistema público de seguros

Catarina Martins pediu atenção e apoio para os agricultores afectados pela tempestade Leslie.

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Catarina Martins visitou terrenos afectados pela tempestade Leslie LUSA/PAULO NOVAIS

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu este sábado, no distrito de Coimbra, apoios efectivos e claros para os agricultores afectados pela tempestade Leslie e um sistema público de seguros.

“Precisamos de apoios efectivos, que cheguem a toda a gente, de serviços de proximidade do Ministério da agricultura, de apoiar o acesso a linhas de financiamento e ter um sistema público de seguros que chegue efectivamente aos agricultores”, disse a dirigente bloquista.

Catarina Martins falava aos jornalistas em Reveles, no concelho de Montemor-o-Velho, depois de contactar com agricultores afectados pela tempestade do dia 13 de Outubro, que perderam parte da produção de milho.

A líder do BE apelou a que os apoios do Estado “sejam eficazes e possam responder a quem perdeu as colheitas e que não sejam excessivamente burocratizados, apoiando-se as pessoas nas candidaturas”. Apelou ainda à presença de técnicos do Ministério da Agricultura no terreno, “tanto a ajudar a prevenir estas situações de calamidade como depois a apoiá-los quando acontecem”. E sublinhou: “Precisamos de ter técnicos em todo o território, que façam serviço de proximidade na agricultura.”

A coordenador do BE anunciou ainda uma proposta, que apresentou para o Orçamento de Estado de 2019, para que os agricultores afectados tenham acesso a linhas de financiamento bonificadas, “ou pelo menos com alguma participação pública para garantir que o excesso de juros não impossibilite o apoio”, sublinhando que “a desgraça dos agricultores não pode ser uma fonte de rendimento para o sistema financeiro, que depois até acaba por ter condições que impede o acesso dos agricultores a esse financiamento de que precisam”.

A dirigente bloquista considerou ainda que é necessário alterar os seguros para a agricultura, para que o seu controlo esteja na esfera pública. “Há uma parte de financiamento público aos seguros, mas são as seguradoras que controlam, o que quer dizer que tantos os prémios como as coberturas estão nas mãos dos privados”, referiu.

Segundo Catarina Martins, o que o país necessita “é de um serviço de seguros agrícolas que tenha controlo público, para permitir definir os prémios e as coberturas e para garantir que o financiamento público que vai para as seguradoras serve efectivamente a agricultura e não para financiar mais o sector financeiro e das seguradoras”.

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