Twitter apaga milhares de contas que promoviam abstenção nas eleições dos EUA

Em Setembro e Outubro, durante a campanha para as eleições intercalares dos EUA, o Twitter apagou mais de dez mil bots, contas que publicam tweets de forma programada.

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Reuters/BRENDAN MCDERMID

O Twitter desactivou nas últimas semanas milhares de contas que publicavam de forma automatizada mensagens que instavam os norte-americanos a não votar nas eleições eleições da próxima terça-feira, para governadores e para o Congresso dos Estados Unidos.

Um porta-voz do Twitter, citado pela agência noticiosa espanhola Efe, confirmou neste sábado que a medida foi adotada em Setembro e Outubro pela rede social, afectando mais de dez mil contas que publicam tweets de forma programada, popularmente conhecidas como bots.

“Eliminámos uma série de contas por estarem envolvidas em tentativas de difundir desinformação de forma automatizada, o que representa uma violação das nossas políticas. Detivemos isso rapidamente e de raiz”, assegurou o porta-voz do Twitter, numa resposta por email.

As contas tinham, nos seus perfis ou mensagens, características que as ligavam falsamente ao Partido Democrata. De acordo com a estação de televisão CNN, a Comissão Democrata de Campanhas do Congresso (DCCC) detectou este padrão e comunicou ao Twitter para que agisse.

O porta-voz da rede social reconheceu que a empresa tem “linhas de comunicação directas” com “as organizações de campanha dos dois principais partidos” políticos dos Estados Unidos, com o objectivo de evitar que a plataforma seja utilizada para interferir indevidamente no processo eleitoral.

A campanha para promover a abstenção em nome dos democratas teve aparentemente origem dentro dos Estados Unidos, segundo fontes familiarizadas com o caso, e o Twitter não suspeita de qualquer ingerência estrangeira.

As gigantes da Internet redobraram nos últimos meses os esforços para evitar que, nas eleições legislativas, as suas plataformas voltem a ser usadas para promover notícias falsas ou levar a cabo manobras coordenadas de ingerência eleitoral, como ocorreu nas eleições presidenciais de 2016. Segundo os serviços secretos norte-americanos, piratas informáticos russos lançaram uma operação coordenada na Internet para influenciar os resultados a favor do então candidato republicano, o actual Presidente, Donald Trump.

Nos últimos meses, o Twitter, em concreto, centrou os seus esforços na identificação de contas falsas, que são muito comuns na rede social, dada a relativa facilidade com que podem ser criadas. A empresa garante ter eliminado “dezenas de milhões” delas em todo o mundo.

Contudo, um relatório publicado pela Fundação Knight, dedicada ao estudo do jornalismo, revelou que mais de 80% das contas do Twitter que propagaram de forma reiterada informação falsa em 2016 ainda continuam activas e enviam, em conjunto, mais de um milhão de mensagens por dia.

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