Território francês da Nova Caledónia rejeita a independência
Ao abrigo do acordo de 1998 poderão realizar-se mais referendos sobre a autodeterminação até 2022.
Os eleitores da Nova Caledónia, território francês no Pacífico, rejeitaram neste domingo em referendo a independência.
A votação foi prometida em 1998, no acordo que pôs fim a uma campanha pela independência que gerou violência. Oitenta por cento dos eleitores foram às urnas e, com quase todos os votos contados, 56,8% rejeitaram a separação de França.
Para o Presidente Emmanuel Macron, a votação expressa “a confiança na República francesa” desta ilha rica em níquel, um componente essencial para a indústria da electrónica.
A Nova Caledónia tem 175 mil eleitores, diz a BBC, e 39,1% da população é constituída pela nação Canaca.
Este território da Melanésia foi anexado à França em 1853 e tornou-se uma colónia penal— é o território mais distante do seu país soberano. Na década de 1960 o movimento independentista eclodiu, com a luta pela autodeterminação a atingir o seu auge na década de 80 do século XX — o conflito agravou-se depois de independentistas canacos terem morto quatro polícias franceses e terem feito 23 reféns; seguiu-se um assalto das forças francesas em que morreram 19 canacos e dois soldados.
O acordo de Nouméa, de 1998, criou um estatuto especial para o território (que tem estatuto autónomo e é representado em Paris por dois deputados e dois senadores) e fixou a realização de um referendo em Novembro de 2018. Ficou estabelecido, porém, que podem ser realizados mais dois referendos antes de 2022.
Durante uma visita ao arquipélago em Maio, o Presidente framces disse que a França ficaria "menos bonita" sem a Nova Caledónia.
Dois territórios franceses já se tornaram independentes, Djibouti (em 1977) e Vanuatu (1980).