Khachanov é mesmo um nome a fixar

O tenista russo pôs fim à série de 22 encontros ganhos por Novak Djokovic.

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Khachanov exulta com o triunfo sobre Djokovic LUSA/IAN LANGSDON

Há um ano, Karen Khachanov estava entre os eleitos para a NextGen Finals – o Masters para menores de 22 anos. Hoje, é um dos três tenistas que se estrearam este ano no palmarés dos torneios Masters 1000. Na final do Rolex Paris Masters, o tenista russo mostrou por que é um dos melhores da nova geração e não acusou o facto de estar a defrontar Novak Djokovic, número um do ranking a partir desta segunda-feira e invicto há 22 encontros. Mas a verdade é que esta hegemonia do sérvio tem os seus custos e Khachanov aproveitou a menor frescura do adversário para também ele manter a invencibilidade em finais no ATP World Tour.

“É uma época de afirmação. E este título é uma boa maneira de terminar a época, diria eu. Posso não estar a chorar, mas estou muito feliz”, afirmou Khachanov, após vencer Djokovic, por 7-5, 6-4, e conquistar o quarto título da carreira, primeiro da categoria Masters 1000.

Um dia depois de desaproveitar 12 break-points frente a Roger Federer, Djokovic teve de gastar mais quatro antes de quebrar o serviço ao adversário. O sérvio serviu a 3-1 (30-0), mas uma série de 10 pontos consecutivos de Khachanov, inverteu a situação. Embora tenha passado perto de fechar o set inicial (5-4, 0-30), Djokovic foi pontualmente mostrando sinais de cansaço e frustração e acabou por permitir que Khachanov fizesse o break, para 6-5. O russo celebrou como se tivesse ganho o set, mas teve de recuperar de 0-30 antes de concluir.

Khachanov soltou-se mais no segundo set, não enfrentou nenhum break-point, quebrou para 3-1 e não acusou pressão, cedendo somente quatro pontos nos três jogos de serviço seguintes.

Com um estilo semelhante ao do compatriota Marat Safin, menos irascível, mas igualmente possante, Khachanov impõe fortes serviços e direitas, acompanhadas de uma boa movimentação, pouco habitual para quem mede 1,98m de altura (mais 5cm que Safin). Fora do court, gosta de jogar xadrez e ler livros sobre o Império Romano, ao mesmo tempo que estuda, online, Educação Física na Universidade de Moscovo.

“Espero um dia poder apanhar Novak no número de feitos. Será difícil, mas irei tentar”, afirmou o primeiro russo a conquistar um Masters 1000 desde Nikolay Davydenko, em 2009 (Xangai). Khachanov sobe ao 11.º lugar do ranking e será o segundo suplente nas ATP Finals em Londres. Já Djokovic vai ascender ao topo da tabela ATP com 8045 pontos, mais 565 do que Rafael Nadal, pelo que o ranking de final de época só ficará definido nas ATP Finals, onde a presença do espanhol ainda está por confirmar.

“Não recuperei bem, mas não quero falar disso. Todo o mérito é de Karen. Mas vou ser oficialmente o número um, que posso pedir mais?”, disse Djokovic, que espera chegar a 100% às ATP Finals, que começam a 11 de Novembro.

Esta semana, realiza-se em Milão, as NextGen Finals, com os oito “mestres” com menos de 22 anos. Por cá, no Clube de Ténis do Porto, tem início o Campeonato Nacional Absoluto.

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