Número de queixas dos transportes tem vindo a descer

Relatório sobre reclamações elaborado pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes revela que foram feitas 47 queixas por dia nos primeiros seis meses de 2018. A CP continua a ser a transportadora que mais queixas motiva.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Entre os meses de Janeiro e de Junho de 2018, a Autoridade da Mobilidade e dos Transports recebeu uma média de 47 reclamações por dia. De acordo com o Relatório sobre Reclamações no Mercado da Mobilidade e dos Transportes – 1.º semestre de 2018, o regulador recebeu e tratou 8466 reclamações, sendo a CP, o Metropolitano de Lisboa, a Transtejo, a Europcar e a Carris as empresas que motivaram maiores números de queixas.

Comparativamente com o segundo semestre de 2017 este volume de queixas desenha uma quebra de 14%, já que foram recebidas menos 1381 reclamações face às 9847 queixas registadas no final de 2017.

Segundo as conclusões retiradas deste relatório, a esmagadora maioria das queixas apresentadas até Junho (7549) dizem respeito a reclamações inscritas no Livro de Reclamações dos diversos operadores e prestadores de serviços do sector da mobilidade e dos transportes. Apenas 917 foram apresentadas directamente ao regulador.

No que diz respeito às empresas que apresentaram um maior número de reclamações nos primeiros seis meses de 2018, encontram-se a CP, o Metropolitano de Lisboa, a Transtejo, a Europcar e a Carris, registando, respectivamente, 1850, 847, 623, 319 e 316 reclamações.

A CP, que esteve sob fogo de queixas por causa das suas falhas de operação no Verão, continua a ser a operadora que motiva um maior número de reclamações, mas é também a operadora cuja descida de reclamações foi mais expressiva, já que teve menos 364 reclamações do que no período em análise anterior.

Numa nota enviada às redacções, em que dá conta das conclusões deste relatório, a AMT sublinha “as situações recorrentes de atrasos e supressão de serviços no transporte de passageiros” da CP e que são do conhecimento público. “No entanto, tais situações não se mostram traduzidas em reclamações formalizadas pelos utentes, junto do próprio operador ou da AMT”, sublinha do regulador.

O decréscimo do número de queixas não aconteceu apenas com a CP, mas abrangeu outros operadores, como o Metropolitano de Lisboa (menos 358 queixas), a Rede Nacional de Expressos (menos 236) , a TST (menos 144) ou a EVA Transportes (menos 89 reclamações).

O menor numero de reclamações pode dever-se a vários factores, como explica a AMT, “nomeadamente a uma possível melhoria na prestação do serviço por parte dos principais operadores e prestadores de serviço”.

A descida do número de reclamações foi especialmente nas críticas à actuação da empresa (menos 41,4% reclamações), no atendimento sem qualidade (-54,7%); nas críticas à conduta de funcionário ou colaborador (-22,6%) e problemas com máquinas de venda de títulos, compras on-line, multibanco e validadores (-35,7%). As críticas relativas ao incumprimento do horário do transporte desceu “apenas” 15%.

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