E Simone Biles continua a bater recordes

Norte-americana elevou para quatro as medalhas conquistadas em Doha e ultrapassou Vitaly Scherbo. No sábado, pode ir ainda mais longe.

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LUSA/Noushad Thekkayil

A “saga” Simone Biles está para durar. Nesta sexta-feira, a ginasta norte-americana arrecadou nada mais, nada menos do que o seu 13.º título mundial, em Doha, renovando um recorde que desde 1996 estava na posse do bielorrusso Vitaly Scherbo. “Apenas” mais um feito na longa estrada de proezas da atleta do Ohio que espantou o mundo do desporto nos Jogos Olímpicos de 2016.

No penúltimo dia do Campeonato do Mundo que decorre no Qatar, Biles, de 21 anos, começou por alcançar uma medalha de ouro no salto (somou 15.366 pontos, batendo a canadiana Shallon Olsen e a mexicana Alexa Moreno), depois de na véspera ter arrebatado o título no concurso geral — uma prova na qual sofreu duas quedas que acabaram por não ser suficientes para a impedirem de terminar em primeiro lugar.

Ao meio da tarde, a campeã olímpica voltou a entrar em cena para disputar o pódio nas paralelas assimétricas, uma especialidade que é o calcanhar de Aquiles da norte-americana (quando comparada, claro está, com as afirmações de força que tem protagonizado nos restantes aparelhos). À procura do primeiro título mundial nesta prova, acabou por ficar atrás da belga Nina Derwael, que somou 15.200 pontos, terminando o dia com mais uma medalha, no caso a de prata (14.700 pontos, mais 100 do que a alemã Elisabeth Seitz).

“Já percorri um longo caminho e estou realmente satisfeita com a performance de hoje. Trabalhei muito e esforcei-me para elevar esta prova ao mesmo patamar das restantes”, assinalou Biles, que encarou os resultados com “um bom arranque” para os derradeiros eventos do calendário no Aspire Dome, um recinto multidesportivo de 3500 lugares e de última geração.

Contas feitas, a ginasta que no Rio de Janeiro arrebatou cinco medalhas, quatro delas de ouro, já leva três títulos e uma medalha de prata neste Campeonato do Mundo. E a contabilidade pode não ficar por aqui, já que a campeã olímpica tem mais duas aparições previstas para hoje, quando competir nas finais de solo e trave olímpica.  

No horizonte imediato de Simone Biles estará agora o recorde da russa Svetlana Khorkina, detentora de 20 medalhas em Mundiais. Para o igualar, a norte-americana terá, pelo menos, de marcar presença no pódio nas duas provas que ainda vai disputar. Se o conseguir, alcançará uma outra proeza, a de se tornar na primeira mulher desde Yelena Shushunova (que representou a então União Soviética em 1987) a coleccionar seis medalhas numa só edição de um Campeonato do Mundo de ginástica.

Já depois da performance desta sexta-feira, na resposta a um tweet em que surgia numa fotografia com uma série de medalhas ao peito, a atleta brincava com o peso do sucesso quando instada a actualizar o registo com as recentes conquistas: “Querem que parta o pescoço?”, perguntava. Para já, porém, não terá de se preocupar com isso nem com a pedra no rim que a afectou antes de rumar ao Qatar. “Tenho-me sentido bastante bem, mas quando voltar a casa vou directa para o médico”.

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