Marcelo só fala do Orçamento do Estado quando tiver o "quadro todo"

Presidente aguarda pelas novidades do Orçamento e pelas “longas e sempre muito animadas discussões na especialidade”. Enquanto o OE não é aprovado, alerta para o facto de o “número de ditaduras” estar a aumentar

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Presidente da República recebe prenda durante a sessão de abertura da assembleia-geral da União Internacional dos Advogados, LUSA/ESTELA SILVA

O Presidente da República prefere aguardar pelo fim do debate na especialidade para se pronunciar sobre o Orçamento do Estado para 2019, cuja proposta está em discussão na generalidade, declarando que até lá vai esperar pelas “muitas novidades” que o documento irá contemplar.

"Vou esperar até à votação na especialidade porque já percebi que há muitas novidades de percurso. Sabendo que o que é fundamental é que o orçamento vai ser aprovado, agora a única dúvida é saber em pormenor o que há de novidades. Elas vão caindo uma a uma, aparecendo uma a uma na generalidade e hão-de aparecer outras na especialidade, vamos esperar para ver o panorama global das novidades", disse o Presidente da República esta terça-feira, no Porto.

Ao ser questionado pelos jornalistas se corrobora da tese do ministro das Finanças, Mário Centeno, que considera que este é um orçamento de um “enorme alívio fiscal”, o Presidente da República recusou, novamente, pronunciar-se, reiterando que só quando conhecer o quadro todo é que dirá o pensa sobre o OE do próximo ano.

“Neste momento o que temos são algumas peças do quadro, o quadro todo só se vai ter depois das longas e sempre muito animadas discussões na especialidade", precisou Marcelo depois de ter discursado na sessão de abertura do Congresso da União Internacional dos Advogados, no edifício da Alfândega do Porto, que debate ao longo do dia desta terça-feira o papel dos advogados na luta contra a escravatura dos tempos modernos e a prática da advocacia na era digital.

O chefe de Estado, que discursou em inglês e francês, aproveitou o palco do congresso para falar de liberdade, liberdade, liberdade e também de igualdade. Pouco depois, em declarações aos jornalistas, que o questionaram sobre a sua intervenção no congresso, mostrou preocupação pelo “número de ditaduras que vai aumentado” pelo mundo fora.

"Este é um congresso de advogados, advogados quer dizer justiça e o grande desafio da justiça é a palavra liberdade. Há cada vez mais leis contra a escravatura e, infelizmente, há cada vez mais novos escravos, a começar pelos muitos imigrantes nas redes clandestinas que os exploram como escravos, mas, por outro lado, também há problemas de liberdade. Se olharmos para o mundo o número de democracias vai diminuindo e o número de ditaduras vai aumentando e isso não é uma boa notícia”, destacou Marcelo e todos perceberam a quem se referia.

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