O clásico perdeu o seu duelo clássico dos últimos dez anos

Barcelona e Real Madrid defrontam-se neste domingo em Camp Nou, sem Messi, por lesão, e sem Ronaldo, que se mudou para Itália.

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Será o "clássico" de Camp Nou o último jogo de Lopetegui como treinador do Real Madrid? Reuters/JUAN MEDINA

Nos últimos dez anos o mundo do futebol habituou-se a olhar para os jogos entre Barcelona e Real Madrid como um duelo entre dois extraterrestres chamados Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Nem um nem outro estarão neste domingo no relvado do Camp Nou para mais uma edição do grande “clasico” do futebol espanhol. Messi não está porque se lesionou no confronto com o Sevilha, Ronaldo porque se mudou para Turim. É a primeira vez desde 2007 que nenhum dos dois está no confronto entre os “blaugrana” e os “merengues”, e parte do interesse do “clássico” será ver como lidam sem as suas “estrelas” da última década.

O Real Madrid, já se sabe, tem lidado mal com a partida de Cristiano Ronaldo para a Juventus. Sem o português que garantia 50 golos por época (e que já vai em sete pela “Juve”), os “blancos” têm sido uma equipa de pouco golo e poucas vitórias, e Julen Lopetegui tem sido o alvo de todas as contestações pela fraca época. Já dão o antigo técnico do FC Porto como virtualmente despedido por Florentino Pérez e é bem provável que tal aconteça se os “merengues” caírem na capital da Catalunha. A época nada famosa do Real começou com a derrota na Supertaça europeia e tem tido muitos pontos baixos, tanto na liga espanhola (dois empates e três derrotas em nove jornadas), como na Liga dos Campeões (uma derrota). Mas o mais inquietante é a falta de poder de fogo deste Real sem CR7: apenas 20 golos em 13 jogos e um recorde de 481 minutos sem conseguir marcar um único.

“Espero continuar a respirar, não acredito que vá morrer. Cada um tem 100% de energia e os meus 100% estão focados em ajudar a equipa a fazer um grande jogo”, foi o que respondeu Lopetegui quando lhe perguntaram se achava que ia sobreviver ao “clássico”. Sempre com aquele tom de que todas a críticas e rumores lhe passam ao lado, Lopetegui manteve o mesmo registo quando lhe perguntaram se o Real era mais perigoso quando está ferido. “Dás por adquirido que o Real está ferido. Estamos em Outubro e temos feito coisas boas.”

Neste “clássico” sem as “estrelas” do costume é o Barcelona quem se apresenta como favorito e terá uma oportunidade clara de aumentar de quatro para sete pontos a sua vantagem sobre o rival de Madrid e reforçar a liderança conquistada na jornada anterior com o Sevilha, em que perdeu Messi por três semanas. Ernesto Valverde admite que terá de mudar alguma coisa por não poder contar com o 10 argentino, mas considera que não é pelas ausências de Messi e Ronaldo que este “clássico” deixará de ser grande: “Antes de Cristiano e Messi já havia clássico. E tinha grandes jogadores, tensão, leitões a voar… O clássico é sempre o clássico.”

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