Kiki Bertens está diferente, melhor e nas "meias" das WTA Finals

A holandesa ficou no segundo lugar do Grupo Vermelho, ganho por Sloane Stephens.

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Kiki Bertens Reuters/EDGAR SU

Há exactamente 12 meses e no mesmo local, Raemon Sluiter fez um ultimato a Kiki Bertens: “Se continuamos assim, então é melhor ires fazer outra coisa”. A holandesa era então 31.ª no ranking de singulares e, após uns dias de férias, decidiu mudar a sua atitude, tornar-se mais profissional e mais determinada a explorar todo o seu potencial. Os resultados não se fizeram esperar e Bertens regressou a Singapura como 9.ª mundial, com mais de 40 encontros ganhos na época, 10 dos quais sobre adversárias do "top-10" – o melhor registo de entre as oito presentes no BNP Paribas WTA Finals. E ainda uma estreia nas meias-finais do elitista torneio, onde vai defrontar Elina Svitolina (7.ª).

“As únicas vezes que te vi sorrir foi quando estava em casa e nenhum dinheiro compensa o estares sempre infeliz”, justificou Sluiter então, em Singapura, onde Bertens competiu em pares, tendo chegado à final, ao lado de Johanna Larson. Apesar dos três milhões de euros já acumulados em prémios monetários durante a carreira – e uma presença no "top-20", em Maio de 2017 –, Bertens era infeliz, tinha tendência para desleixar-se após uma dura derrota e protagonizava épocas irregulares.

Ainda em Dezembro, a jogadora propôs ao treinador alguns pontos a melhorar. “Logo que vi a folha disse logo: ‘ok, vamos a isso’. O mais importante para mim era, daqui a uns anos, poder dizer a si própria que fez tudo o que podia? Porque é disso que eu me arrependo mais da minha carreira”, afirmou o treinador holandês de 40 anos, 46.º do ranking mundial, em 2003.

Bertens reapareceu esta época está mais dedicada, trabalhou arduamente na parte física na pré-época, acrescentou o ioga à sua preparação e passou igualmente a lidar melhor com a exposição pública, algo nada natural para ela.

No início da semana, Bertens recebeu o prémio anual da WTA para a jogadora que mais progrediu, mas pode não ser o único troféu a levar de Singapura. A vitória rápida sobre Naomi Osaka (4.ª) – que abandonou após ceder o primeiro set (3-6) – coloca-a em boa posição para chegar à final das WTA Finals.

Depois de um final de época exigente, física e mentalmente, Osaka já não teve forças para discutir mais um difícil encontro e saiu do court em lágrimas. Foi a 12.ª vitória de Bertens sobre uma "top-10" – nos últimos cinco anos, só Caroline Wozniacki apresentou melhor registo anual: 14 vitórias em 2017.

O primeiro lugar do Grupo Vermelho ficou para Sloane Stephens (6.ª) com três vitórias em outros tanto encontros, ao vencer Angelique Kerber (2.ª), com um duplo 6-3. Nas meias-finais, a norte-americana defronta Karolina Pliskova (8.ª).

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