Polícias mediram forças nas escadarias da Assembleia da República

Organização do protesto fala de cinco mil participantes, da PSP, à GNR, passando pela Polícia Marítima e SEF. Manifestantes derrubaram grades em frente às escadarias da Assembleia da República.

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Miguel Manso
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“Governo, escuta, os polícias estão em luta.” Foi uma das frases de ordem que se ouviram durante a manifestação que, segundo estimativas da organização avançadas à Lusa, juntou cerca de cinco mil polícias em Lisboa esta quinta-feira. Presentes estiveram os maiores sindicatos da PSP, da GNR, da guarda prisional, da Polícia Marítima e elementos da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Os relógios marcavam as 19h40 quando, ao som do hino nacional, os polícias chegaram à Assembleia da República. Com as bandeiras dos sindicatos em punho. O hino voltou a ouvir-se diversas vezes.

“Invasão, invasão, invasão”. Alguns dos manifestantes gritaram várias vezes a palavra de ordem em alusão ao momento em Novembro de 2013, em que as barreiras em frente à Assembleia foram derrubadas. Desta vez tinham sido instaladas grades que tinham como objectivo fazer com que fosse mais difícil quebrar estas barreiras, mas elas foram efectivamente derrubadas, com manifestantes a medirem forças com os colegas em serviço do corpo de intervenção da PSP.

Cerca das 21h, a manifestação já tinha sido oficialmente desmobilizada, mas havia agentes a forçar a subida das escadarias.

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O protesto, organizado pela Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais de Forças e Serviços de Segurança (CCP), começou na Praça do Comércio e terminou na Assembleia da República, em Lisboa.

Manuela Valente, adjunta de esquadra, veio do Porto a Lisboa para pedir regras mais juntas no que diz respeito às regras de aposentação e o suprimento de suplementos. “Tenho 59 anos e não vejo altura de me ir embora”, desabafou.

Durante o percurso até ao Parlamento, Hugo Oliveira, um agente da PSP de Vila do Conde, queixou-se do salário. “Não somos remunerados o suficiente.” Qual seria o valor justo? “O Governo sabe”, assegurou.

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César Nogueira, da Associação dos Profissionais da Guardas (APG/GNR) lembrou que “a causa é a mesma” e que, por isso, faz sentido que estejam juntos no protesto. Se não resultar em nada, “vamos voltar”, garantiu.

Os sindicatos profissionais da PSP, da GNR, da Polícia Marítima e da Guarda Prisional reivindicam a recuperação de, pelo menos, os quase sete anos de serviço em que as carreiras estiveram congeladas entre 2011 e 2017.

Já a maior associação sindical da PSP, a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), quer que seja alargado a todos os agentes o pagamento em período de férias dos suplementos remuneratórios. Por sua vez, a GNR exige que na sequência do novo estatuto sócio-profissional, publicado em 2017, seja revista a tabela remuneratória desta força de segurança, o que aconteceu com a PSP na sequência da revisão do respectivo estatuto. A Associação dos Profissionais da Guarda exige que os guardas da categoria mais baixa, que recebem de salário base 789 euros, sejam aumentados em pelo menos 50 euros.

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Apesar das exigências particulares dentro de cada instituição, todos exigem essencialmente um reforço de recursos humanos e também de materiais para as respectivas organizações.

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