Jagoz, o burro da Graciosa que agora mora nos Olivais

Quando quiser ver aquele amor seu, é na Quinta Pedagógica dos Olivais que encontra o burrito.

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O Jagoz DR

Há mais de um ano que o burro Jagoz faz as delícias da pequenada que visita a Quinta Pedagógica dos Olivais, em Lisboa. O jerico, já com 20 anos, chegou “tímido”, segundo os responsáveis do espaço, mas rapidamente se afeiçoou e entrou na família, travando até amizade com o outro asinino da quinta, de nome Buxo. A adopção foi esta quinta-feira formalizada, por unanimidade, na reunião de câmara.

O Jagoz andou muito para aqui chegar. Nascido em 1998 na Graciosa, este burro é um exemplar da raça autóctone daquela ilha açoriana, onde lhe dão o nome de “burro anão” por não ultrapassar 1,20 m de altura. Nos Açores não haverá mais do que uns 70 a 100 burros desta raça, o que a torna particularmente sensível ao perigo de extinção.

Com dois anos de idade, o pequeno Jagoz foi transportado para o continente em 2000, pela mão da Sociedade Protectora dos Animais, que quatro anos mais tarde o doou à GNR. A guarda manteve-o na sua escola, em Queluz, até Setembro do ano passado. Nesse momento o burro, já a entrar na terceira idade, transitou para os Olivais, “por existir um entendimento mútuo de que seria interessante permitir o contacto do público em geral com o Jagoz para a sensibilização sobre a importância da conservação das raças autóctones, em particular das que se encontram ameaçadas de extinção, como é o caso”, explica fonte oficial da câmara lisboeta.

Diz-se que burro velho não aprende línguas, mas o Jagoz teve pelo menos de aprender a conviver com os outros animais da Quinta Pedagógica, em especial o seu vizinho Buxo, um burro mirandês – a outra raça autóctone portuguesa de asininos, desta forma reunidas na capital.

Segundo o presidente da Associação de Criadores e Amigos do Burro Anão da Ilha Graciosa, Franco Ceraolo, que lutou pelo reconhecimento da raça, este é um animal “muito mansinho” e, por isso, ideal para passeios ou contactos com crianças. Esta entidade está neste momento associada a um concurso de fotografia através do qual os participantes são convidados a fotografar burros nos Açores, seja de que raça for.

Nos últimos anos tem crescido a consciencialização pública para a protecção dos burros em Portugal e no mundo. Existe mesmo um Dia Internacional do Burro, celebrado a 8 de Maio, que por cá tem a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino como grande entusiasta. Entre outras actividades, esta associação incentiva as pessoas a apadrinharem um burro, contribuindo para a preservação da raça mirandesa.

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