Ex-ministros condenam divulgação de imagens: "Cumpra-se a lei"

A divulgação de imagens dos três homens algemados e sentados no chão foi feita no fim-de-semana na página de Facebook do Sindicato Unificado da Polícia e do Sindicato Vertical.

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Martin Henrik

A divulgação de imagens de detidos nas redes sociais, promovida pelo Sindicato Unificado da Polícia, merece a censura por parte de ex-ministros da Administração Interna. Do PSD ao PS, a opinião unânime é que alguns polícias foram longe demais e devem ser responsabilizados por isso.

"Os polícias cumpriram o seu dever ao algemá-los (aos três homens que tinham fugido do Tribunal do Porto) mas mostrar deliberadamente as imagens nas redes sociais é errado para a polícia. Isto não é permitido e se não é permitido, cumpra-se a lei", afirmou ao PÚBLICO Ângelo Correia, antigo ministro da Administração e actualmente ministro sombra do PSD para outra área, a Defesa, classificando a divulgação de imagens nas redes sociais pelo Sindicato Unificado da Polícia e pelo Sindicato Vertical "uma exibição gratuita e errada". "Seria uma pequena vingança”, arrisca, referindo-se ao facto de os três suspeitos de assaltos violentos a idosos terem fugido do Tribunal do Porto quando estavam sob protecção da mesma PSP.

Já o ex-ministro da Administração Interna do PS, Alberto Costa, considera que o actual ministro, Eduardo Cabrita, "fez muito bem em recorrer à Inspecção-Geral da Administração Interna". "Não me recordo (de agentes da PSP) a fazerem isto, não tem precedentes", afirmou ao PÚBLICO, defendendo que se trata de "uma questão de respeito pela dignidade".

A divulgação de imagens dos três homens algemados e sentados no chão foi feita no fim-de-semana na página de Facebook do Sindicato Unificado da Polícia e do Sindicato Vertical. Nesta segunda-feira, a Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG) saiu em defesa daqueles sindicatos e insurgiu-se contra o ministro Eduardo Cabrita, que disse ser "completamente inaceitável" a divulgação de tais fotografias.

A ASPIG “não fica indignada com as fotografias, expostas publicamente”, uma vez que considera que “os criminosos não são merecedores do mesmo respeito e consideração, por parte do Estado e da comunidade, atribuídos ao cidadão comum”, disse em comunicado.

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