Como o feminismo foi atacado pela histeria ao longo dos séculos

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As Drama Queens de Thomas Zika foram retratadas entre 1880 e 1910, um período específico da história em que a histeria ainda era um diagnóstico restritivo da acção de mulheres que revelavam comportamentos fora da norma. “Interesso-me, sobretudo, por retratos de mulheres que parecem histéricas, descontroladas, dominadas, artificiosas, lunáticas, oprimidas, iluminadas, extravagantes, espiritualmente confiantes e sexualmente insatisfeitas, à espera da morte”, pode ler-se na sinopse do projecto fotográfico, patente em Braga ao abrigo do Festival Internacional de Fotografia Encontros da Imagem, até 28 de Outubro. Nas imagens, sobre os rostos das mulheres retratadas, Zika coloca cabeças de cogumelos que vão segregando, ao longo de um período de tempo, os seus esporos sobre a superfície. O resultado — uma “explosão” ou “aura” — simboliza o dilema psíquico que porventura atravessariam e transforma-as “em santas”.

Não é por acaso que Zika relaciona a histeria e os retratos de mulheres deste período. “O exemplo de mulher a seguir era o de uma mulher não-emancipada que dedicava a vida às lides domésticas, ao marido e à maternidade”, refere. No início do século XX, em contexto europeu, o movimento sufragista feminino estava no auge. Muitas das mulheres que encabeçavam o movimento eram apontadas como histéricas — e tal é bem visível em cartazes da época. A histeria como elemento neutralizador da acção feminina e da acção feminista está no coração do projecto do alemão Thomas Zika, que pode ser visto na íntegra no site do autor.

©Thomas Zika
©Thomas Zika
©Thomas Zika
©Thomas Zika
©Thomas Zika
©Thomas Zika
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