BPI lucra 529,1 milhões até Setembro

“A actividade em Portugal contribuiu com 324,4 milhões de euros para o resultado consolidado”, comunicou hoje o banco detido pelo espanhol CaixaBank

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Pablo Forero é o presidente executivo do BPI LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O BPI registou, nos primeiros nove meses de 2018, um lucro consolidado de 529,1 milhões de euros, face aos 22,6 milhões de euros que obteve no período homólogo, adiantou hoje o banco, em comunicado ao mercado.

“A actividade em Portugal contribuiu com 324,4 milhões de euros (61% do total) para o resultado consolidado. Mais de metade dessa cifra é suportada pelo resultado recorrente das operações em Portugal, de 164,2 milhões de euros, que representa um crescimento de 20% face ao mesmo período de 2017”, avançou o BPI.

O banco explicou que contribuíram para estes resultados “as vendas da participação na Viacer (59,6 milhões de euros, já registados no primeiro trimestre), da BPI Gestão de Activos e BPI GIF (61,8 milhões de euros, registados no segundo trimestre) e dos negócios de acquiring/TPA (42,0 milhões de euros, registados no terceiro trimestre)”.

Relativamente às participações financeiras do BPI, em Angola o BFA gerou um contributo positivo de 193,7 milhões de euros (menos 58 milhões de euros no período homólogo de 2017), que inclui os impactos do reconhecimento da participação no BFA de acordo com as IAS 29 e da desvalorização do kwanza.

Durante a conferência de imprensa realizada esta terça-feira, para apresentação de resultados, o presidente executivo do BPI afirmou que a nova taxa cambial kwanza e o pedido de intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) são duas medidas "que podem ter impacto positivo" para Angola.

Questionado sobre a dispersão de capital do BFA, participada do BPI em Angola, o gestor disse aos jornalistas não ter novidades.

"Não aconteceu nada de particular em relação à redução da participação" no BFA, "a equipa está focada em fazer negócio num momento de mudança de Angola para bem, mas não temos nada de particular a dizer", disse Pablo Forero.

Instado a concretizar o que considera ser mudanças importantes para Angola, o presidente executivo do BPI afirmou: "Primeiro, a nova taxa cambial do kwanza é um passo positivo e também solicitar a ajuda do FMI são duas medidas que podem ter impacto positivo".

Em Moçambique, o BCI contribuiu com 10,8 milhões de euros (6,7 milhões de euros no mesmo período de 2017).

Em Fevereiro de 2017, o CaixaBank ficou com 84,5% do BPI na sequência do lançamento, em 2016, de uma oferta pública de aquisição do banco português. Os accionistas do BPI votaram a 29 de Junho último, em assembleia-geral, a saída de bolsa do banco.