Lewis Hamilton precisava de ganhar oito pontos a Sebastian Vettel para festejar, no Circuito das Américas, em Austin, o pentacampeonato de Fórmula 1 (F1), mas uma excelente corrida da Ferrari nos Estados Unidos colocou a confirmação do quinto título do inglês da Mercedes em stand-by.

Após uma corrida espectacular, Kimi Raikkonen regressou às vitórias, o que não acontecia desde Março de 2013, enquanto Max Verstappen, um dos protagonistas da prova, levou o seu Red Bull ao segundo lugar. Hamilton foi terceiro e Vettel concluiu a prova na quarta posição, após ultrapassar Vallteri Bottas na penúltima volta. O duelo pelo título vai, por isso, continuar dentro de uma semana, no México.

A quatro dias de se completarem três anos que Hamilton festejou, em Austin, a conquista do seu terceiro título mundial de F1 pareciam estar reunidos os ingredientes para que o inglês e a Mercedes voltassem a fazer a festa no Texas. Mas, desta vez, foi a Ferrari que brilhou em Austin.

Com Hamilton com pneus supermacios e Raikkonen com ultramacios a dividirem a primeira linha da grelha, o sprint para a primeira curva prometia e os primeiros metros não desiludiram. Com um excelente arranque, Raikkonen colocou-se na frente de Hamilton após a primeira curva, mas os festejos da Ferrari duraram poucos segundos: Vettel, que partira da quinta posição depois de ter sofrido uma penalização de três lugares, tentou forçar a ultrapassagem a Daniel Riccardo, mas as rodas do Ferrari e do Red Bull tocaram-se, resultando num pião do vice-campeão.

Apesar do susto, o Ferrari do germânico não sofreu danos, mas Vettel caiu para a 15.ª posição e foi obrigado a fazer uma corrida de trás para a frente. Com o atraso do alemão, o cenário tornava-se mais favorável para Hamilton: para ser campeão, o inglês podia ser segundo, desde que Vettel não terminasse entre os quatro primeiros.

Cumprida a primeira volta, começou a batalha táctica entre a Ferrari e a Mercedes, e a grande corrida de Max Verstappen — o holandês foi penalizado em cinco lugares por trocar a caixa de velocidades na véspera da corrida e partiu do 18.º lugar.

Na 12.ª volta, Hamilton aproveitou o safety-car virtual para fazer a primeira paragem e colocar pneus macios e quando regressou à pista contou com a colaboração de Bottas para recuperar o segundo lugar, enquanto Vettel ocupava a quinta posição. Apenas com Raikkonen à frente, Hamilton atacou o finlandês, que acabou por parar na 22.ª volta, colocando pneus macios, apostando em apenas uma paragem.

A Ferrari colocava as suas fichas numa segunda paragem do Mercedes de Hamilton. E foi isso que acabou por acontecer: com os pneus de trás claramente desgastados, o inglês viu-se obrigado a voltar às boxes na volta 37. Raikkonen voltava a ser líder, com Verstappen em 2.º, Bottas em 3.º, Hamilton em 4.º e Vettel em 5.º.

Daí para a frente, foi espectáculo até ao fim. Bottas voltou a deixar Hamilton passar e o inglês não demorou a colar-se aos dois primeiros e, na antepenúltima volta, arriscou tudo para ultrapassar Verstappen, mas o holandês confirmou que é um “osso duro de roer”, obrigando Hamilton a uma ligeira saída de pista e a ter que conformar-se com o terceiro lugar. Na volta seguinte, Vettel ganhou o duelo com Bottas e colocou um ponto final nas dúvidas. Desta vez, Hamilton não fez a festa em Austin.