Monteiro com Cristas quer “contribuir para o crescimento do CDS”

Monteiro vai falar sobre o futuro de Portugal, Cristas vai encerrar. Esta semana, deram uma aula, juntos.

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Manuel Monteiro será orador no congresso Pensar Portugal 2018 Daniel Rocha

O antigo líder do CDS Manuel Monteiro vai, este sábado, intervir numa conferência cujo encerramento será feito por Assunção Cristas, presidente do partido, conforme foi anunciado pela organização. “Fui convidado para falar sobre o futuro de Portugal. Aceitei com todo o gosto, esperando que com isso possa contribuir para a afirmação de Portugal no mundo, mas também contribuir para o crescimento do CDS”, declarou Manuel Monteiro ao PÚBLICO.

Sob o tema Pensar Portugal 2018 e realizado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa, o congresso é organizado pela Tendência Esperança em Movimento, do CDS, e pretende reflectir sobre temas como a corrupção e a justiça. Os outros palestrantes convidados são Paulo Otero, Nuno Garoupa, João Ferreira do Amaral, João Brandão Ferreira e o presidente da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos.

Será a segunda vez na mesma semana que Monteiro e Cristas estarão juntos numa iniciativa. Na quinta-feira, Cristas foi a convidada de Monteiro para dar uma das suas “aulas abertas”, no âmbito da cadeira de Ciência Política que lecciona na Universidade Lusíada do Porto. Para estas “aulas abertas”, Monteiro convidou os líderes partidários.

O presidente do PSD, Rui Rio, foi o professor convidado na semana anterior a Cristas. Na próxima semana, é a vez de Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, em substituição de António Costa. O secretário-geral do PCP foi convidado, mas ainda não foi encontrada disponibilidade de data.

Sobre o CDS e o seu eventual regresso ao partido que liderou entre 1992 e 1998, Monteiro apenas diz ao PÚBLICO que continua a ponderar. Esta hipótese tem sido falada, sem nunca ser excluída pelo próprio, desde que começou a participar em iniciativas organizadas pela Tendência Esperança em Movimento, numa das quais esteve ao lado de outros dois ex-líderes do CDS, Adriano Moreira e José Ribeiro e Castro.

Mas se Monteiro reconheceu ao PÚBLICO que ainda está a ponderar se regressa ou não ao CDS, é categórico a rejeitar qualquer associação sua à organização da tendência liderada por Abel Matos Santos. Já sobre o CDS e a sua actual direcção, apenas diz que se reconhece no discurso europeu, agora mais eurocrítico, que tem sido protagonizado por Nuno Melo.

Hoje com 56 anos, Monteiro foi líder do CDS aos 30 anos de idade, em 1992, cargo de que se demitiu em 1998, sendo substituído por Paulo Portas, que se candidatou contra Maria José Nogueira Pinto, então apoiada pelo líder cessante. Em 2003, Monteiro saiu do CDS e fundou a Nova Democracia, cuja liderança abandonou em 2008.

Questionado pelo PÚBLICO sobre o facto de o seu percurso poder servir de comparação com a atitude de Pedro Santana Lopes, que deixou o PSD para fundar a Aliança, Monteiro afirma: “É uma situação difícil, com vantagem para ele, pois foi primeiro-ministro e tem um grande protagonismo público e político”.

E acrescenta: “Eu saí do CDS e fundei a Nova Democracia e há muita gente que, ainda hoje, não sabe que eu saí e me interpela como eu estando ainda no CDS. No caso dele, votem ou não votem nele, toda a gente sabe que ele saiu do PSD e que fez um partido. Isto é positivo, a favor dele.”

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