Dez inspectores de automóveis detidos por corrupção e falsificação

"Os detidos foram corrompidos por mais de duas centenas de pessoas, das quais, mais de cem já estão identificadas", disse fonte policial.

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Enric Vives-Rubio

A Polícia de Segurança Pública (PSP) anunciou nesta sexta-feira a detenção de oito homens e duas mulheres suspeitos de corrupção, falsificação e falsidade informática em dois centros de inspecção automóvel na área de Lisboa.

De acordo com o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, a detenção ocorreu na quarta-feira através da Divisão Policial de Loures, no âmbito de uma investigação policial que durou cerca de um ano, em que foi desenvolvida "uma acção operacional que incidiu principalmente sobre dois centros de inspecção automóvel situados na área de Lisboa".

Em declarações à agência Lusa, fonte policial disse que "os detidos foram corrompidos por mais de duas centenas de pessoas, das quais, mais de cem já estão identificadas".

O objectivo foi "deter indivíduos suspeitos da prática de crimes de corrupção passiva para acto ilícito, falsificação praticada por funcionário e falsidade informática", informou a PSP, em comunicado.

Assim, a acção policial resultou na detenção de "oito homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 25 e 45 anos", avançou fonte policial, indicando que foram ainda realizadas cinco buscas domiciliárias e 22 buscas não domiciliárias, em que foram apreendidos "cinco computadores, dez dispositivos de armazenamento de informação, 12 telemóveis, diversos documentos relacionados com este tipo de crime e 1620 euros em numerário".

"No decorrer da investigação recolheu-se prova suficientemente indiciadora de que os agora detidos, inspectores de automóveis, recebiam quantias monetárias no exercício das suas funções para aprovarem viaturas que não apresentavam as condições necessárias para circularem na via pública", avançou a PSP, revelando que os suspeitos utilizavam, inclusivamente, um software para adulterar os resultados das inspecções.

Em comunicado, a PSP referiu que a operação policial foi acompanhada e apoiada pela Autoridade Judiciária titular do inquérito e por uma equipa de fiscalização do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT).

Sem antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime, os detidos foram presentes no Tribunal Judicial da Comarca Lisboa Norte -- Núcleo de Loures, onde lhes foram aplicadas as medidas de coacção de "suspensão de funções, proibição de contacto com inspectores dos centros de inspecção e proibição de frequentar os centros".

Neste âmbito, a PSP assegurou que vai continuar a desenvolver esforços investigatórios e policiais para "garantir a imperativa segurança na circulação rodoviária de veículos e pessoas".

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