Protesto em tons de branco para defender o verde do Rossio

Nova manifestação contra o projecto anunciado pela câmara de Aveiro marcada para a manhã deste sábado. Participantes são convidados a trajar uma camisola branca.

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A luta contra o projecto de requalificação do Rossio, em Aveiro, conhece, este sábado, um novo episódio. O arranque dos trabalhos de prospecção geológica – que irão ditar se ali poderá ser construído ou não um parque de estacionamento subterrâneo – veio avivar “a revolta” daqueles que são contra o projecto anunciado pela câmara de Aveiro. Em especial os que integram o movimento cívico Juntos pelo Rossio, que decidiu convocar uma nova acção de protesto para este sábado, às 10h30.

O apelo lançado através das redes sociais desafia os manifestantes a trajarem com uma t-shirt ou camisola branca com o objectivo de desenhar “um NÃO gigante em cima da relva do Rossio”. Uma forma de “demonstrar ao executivo camarário” que estão “contra a destruição do Rossio e contra o parque de estacionamento subterrâneo”, referem os promotores da manifestação.

Depois de em Junho passado terem promovido um piquenique de protesto, desta vez os elementos do movimento cívico querem criar “uma vaga humana vestida de branco que, em cima do bonito verde do Rossio, vai ficar mais destacada”. E com o maior número de pessoas possível. “Acreditamos que vai estar muita gente uma vez que são muitas as pessoas que não concordam com a destruição do jardim do Rossio”, referiu ao PÚBLICO David Iguaz, porta-voz do movimento.

E ainda que nesta fase esteja a ser feita apenas a avaliação da resistência do subsolo, os elementos do Juntos pelo Rossio entendem que não é razão para baixar a guarda. “A hipótese de ali construir um parque subterrâneo nem sequer devia estar a ser equacionada”, realça David Iguaz, lembrando que, para além do mais, este não é o único ponto polémico do projecto. “Começou por ser apenas o parque de estacionamento mas quando foi conhecido o desenho que aniquila completamente o jardim do Rossio ainda mais grave se tornou”, argumenta o porta-voz do movimento. “É um atentado ao património”, acrescenta.

Câmara espera receber estudo prévio em Novembro

Sem comentar o agendamento de mais esta manifestação, Ribau Esteves, presidente da autarquia, faz saber que o processo está a seguir o cronograma previsto. Ou seja, estão em curso os estudos base fundamentais para o estudo prévio, nomeadamente “o geotécnico e o de tráfego”. Após a sua conclusão, será, então, “elaborada a primeira versão do estudo prévio” e “só nessa altura é que faz sentido voltar a discutir o projecto”, sublinha o autarca.

Ribau Esteves diz-se disponível para ouvir os movimentos de cidadãos e entidades que queiram pronunciar-se sobre a qualificação daquela área, mas considera que “só quando houver o estudo prévio é que a autarquia poderá começar a integrar algumas das preocupações”. O autarca espera vir a receber o documento já no próximo mês.

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