Cartas ao director

Homossexualidade ou safismo?

O PÚBLICO da passada segunda, dia 15 de Outubro, noticiou que Graça Fonseca vai ser a nova ministra da Cultura. Depois do jornalista Sérgio C. Andrade enumerar o currículo de Graça Fonseca, não deixou de lembrar “que o momento mais mediático do seu mandato, enquanto secretária de Estado da Modernização Educativa, foi quando assumiu a sua homossexualidade”. A mim não me interessa saber da sexualidade da senhora, mas a palavra homo é de proveniência latina e significa homem. Agora que existem movimentos modernos e desenrascados que se desunham pela “identidade de género” e se arremessam contra o vil “sexismo, provavelmente acharão que no caso da putativa homossexualidade de Graça Fonseca a palavra mais adequada será safismo. Ou não será assim sr. Sérgio Andrade?

António Cândido Miguéis, Vila Real

Amizades convenientes

Na história recente de Portugal, nunca se ouviu falar tanto em processos judiciais de relevo, envolvendo nomes insuspeitos, tendo em conta a imagem e os cargos que ocuparam na sociedade portuguesa, e que supostamente os colocaria acima de qualquer suspeita, sobretudo quando importa passar para a opinião pública, uma imagem de simpatia, como se esta nos pudesse inocentar dos nossos actos menos dignos.

Nos bastidores da política e das amizades que se cimentaram ao longo dos anos por via de favores pessoais, haverá certamente para muitos envolvidos em processos-crime, motivo de satisfação, porque quem estava a travar um duro combate à corrupção, foi substituída, porque estava também a atacar aqueles que se julgavam impunes, e que muito provavelmente, face à mudança que muitos outros cidadãos não queriam, já poderão dormir um pouco mais descansados, face ao possível arrastamento dos processos, até à sua eventual prescrição, o que poderá contribuir para ilibar culpados.

Temos enquanto portugueses de questionar as entidades deste país, sobre qual o rumo e a credibilidade das instituições, quando face às decisões pouco sensatas dos seus mais altos responsáveis, concluímos que são pouco funcionais, não sendo garantia de isenção nem de independência num país onde os políticos não merecem a confiança dos cidadãos, ou então parecem querer ignorar que algo está mal, mas preferem adiar uma atitude de mudança.

Américo Lourenço, Sines

Inverter o rumo dos acontecimentos
É do domínio público que na União Europeia proliferam valores preocupantes que, no meu entender, são o reflexo de uma astenia democrática. E, se dúvidas houvessem seriam dissipadas pelo aumento sistemático das desigualdades sociais no quotidiano. Todavia, os políticos continuam a dizer que a maior preocupação centra-se nos mais desfavorecidos. Algo inquestionável no plano democrático mas que, na actualidade, gera perplexidade a ineficácia dos mesmos em criar uma nova dinâmica na política social capaz de enfrentar casos de pobreza e vulnerabilidade. Circunstâncias onde terá de existir justiça social e solidariedade humana e isso faz toda a diferença. Como tal, não tenhamos dúvidas, é tempo de realçar os valores sobre os quais a UE foi construída para que depois não seja tarde de mais.
Manuel Vargas, Aljustrel

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