Empresas vão ter reforço no apoio ao reinvestimento dos lucros

Valor máximo de lucros reinvestidos passa de 7,5 milhões para 10 milhões de euros, no âmbito do Programa Capitalizar

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Medida pretende diminuir o recurso aos empréstimos bancários por parte das empresas Marta Rodriguez

As empresas que queiram reinvestir os seus lucros, optando assim pelo financiamento interno, vão ter um reforço do apoio fiscal existente. De acordo com a proposta do Orçamento do Estado para 2019 entregue no Parlamento, o montante máximo de dedução dos lucros retidos e reinvestidos sobe dos actuais 7,5 milhões de euros para 10 milhões, no âmbito das medidas do Programa Capitalizar. No ano passado o montante em causa já tinha sido aumentado de cinco para os actuais 7,5 milhões. 

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Se o valor máximo sobe, mantém-se a regra, inscrita no código fiscal de investimento (artigo 29), de que essa dedução à colecta de IRC só pode ir “até 10% dos lucros retidos que sejam reinvestidos em aplicações relevantes” -- como terrenos, reparação e compra de edifícios ou aquisição de direitos de patentes e licenças --, isto no prazo de três anos “contado a partir do final do período de tributação a que correspondem os lucros retidos”. Além disso, a dedução em causa não pode exceder 25% da colecta do IRC, percentagem que passa para 50% se for uma micro ou pequena empresa.

Na conferência de imprensa que deu esta terça-feira de manhã, o ministro das Finanças, Mário Centeno, destacou esta estratégia de reforço entre as acções que, segundo defendeu, mostram que o OE “também tem medidas para as empresas”.

Depois de sublinhar a dispensa de obrigatoriedade da entrega do Pagamento Especial por Conta (PEC), Centeno afirmou que o incentivo à capitalização e reinvestimento de lucros “teve um impacto muito significativo na capitalização interna das empresas”, e que foi por isso que se decidiu alargar a medida, que permite reduzir o seu endividamento (nomeadamente face aos bancos).

Prevê-se também medidas de apoio a empresas localizadas no interior do país, nomeadamente por via da dedução máxima dos lucros retidos e reinvestidos, que neste caso ganham uma majoração de 20% (por cima do máximo dos 10%).

Na proposta do OE para 2019, na parte do Ministério da Economia - agora liderado por Pedro Siza Vieira em substituição de Manuel Caldeira Cabral -, afirma-se que as medidas a implementar, ligadas ao Capitalizar, visam “atingir uma maior neutralidade do sistema fiscal português no tratamento do financiamento através de capitais próprios e de dívida”.

Já na vertente de empreendedorismo destaca-se que os principais objectivos são a “aproximação de startups a grandes empresas”, com o lançamento de iniciativas como o Startup Hub e o Pitch Voucher, “a atracção de talento” por via do Tech Visa, iniciativa criada para facilitar a atribuição de vistos de trabalho a profissionais altamente qualificados. A economia destaca também o reforço do investimento em startups por parte da Portugal Ventures e “diversas iniciativas de atracção de capital de risco internacional”.

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