Custo do Forum Braga já supera a previsão inicial em quase dois milhões de euros

A requalificação do antigo Parque de Exposições de Braga, concluída neste ano, foi contratualizada por oito milhões de euros mas, depois das obras adicionais levadas a cabo, a despesa já está quase nos 10 milhões.

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O renovado Altice Forum Braga abriu em Abril deste ano, tendo sido oficialmente inaugurado em Setembro LUSA/HUGO DELGADO

O Altice Forum Braga, nova versão do Parque de Exposições de Braga, abriu ao público em Abril, mas, praticamente seis meses volvidos, ainda surgem despesas adicionais a propósito das obras de requalificação. Proprietária do edifício, a Câmara Municipal de Braga apresentou, num dos documentos que constou da reunião do executivo municipal desta segunda-feira, uma despesa adicional de 1,3 milhões de euros (valor sem IVA) relativa a uma intervenção que foi adjudicada por oito milhões (sem IVA), em Fevereiro de 2017, e que arrancou em Junho desse mesmo ano.

No total, a derrapagem associada ao Forum, equipamento dotado do maior auditório do Norte (1.454 lugares) e de uma nave que se assume como o maior espaço para espectáculos dessa mesma região, com capacidade para 12.000 pessoas, já ascende aos 1,8 milhões de euros. Em Março, ainda com a obra em curso, a autarquia apresentou a primeira despesa adicional, no valor de 474.000 euros, aplicado essencialmente em novas cadeiras para o auditório (220.000 euros) e na instalação de um posto de transformação de energia (157.000 euros). Já os gastos apresentados na segunda-feira contemplaram cerca de 40 intervenções, entre as quais os pavimentos exteriores e interiores (320.000 euros) e a nave (210.000 euros).

O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, justificou o aumento do preço com o atraso de “vários meses” na elaboração do projecto para a obra, depois do gabinete de arquitectura que venceu o concurso público não ter cumprido algumas das suas responsabilidades – o arquitecto Pedro Guimarães, do gabinete que foi segundo classificado, elaborou o projecto final.

Esse atraso, disse o autarca, colocou em risco o financiamento comunitário para o Forum – fundos do PEDU -, pelo que a obra teve de arrancar “o mais cedo possível” – foi em Junho de 2017. “Tivemos este agravamento inerente, mas o custo de não arrancar com a obra seria muito maior, com a perda dos fundos comunitários associados”, explicou.

Rio admitiu, porém, que a despesa adicional de 1,8 milhões se deveu também a opções políticas, visíveis, por exemplo, na colocação de novas cadeiras no grande auditório, algo que não estava inicialmente previsto, e ao facto da obra estar ainda em curso quando o edifício abriu ao público. O uso do espaço pelas pessoas permitiu a correcção de alguns problemas, concretamente os dos pisos, afirmou.

A oposição ao executivo da coligação PSD/CDS-PP/PPM criticou o aumento de custos face ao valor inicialmente estimado. Artur Feio, um dos três vereadores socialistas, afirmou que o custo total associado à obra, tratando-se de uma reabilitação e não de um “projecto de raiz”, não se justifica e criticou Ricardo Rio por, na “primeira grande obra”, apresentar “uma derrapagem orçamental na ordem dos 15% a 20%”. O representante da CDU, Carlos Almeida, afirmou, por seu turno, que os custos adicionais estão relacionados com questões estruturais, como redes de saneamento e água e iluminação do grande auditório, que já deveriam estar contempladas no projecto inicial. “Torna-se ainda mais incompreensível esta suposta imprevisibilidade, quando percebemos que houve não só a elaboração de um projecto, mas a elaboração de um estudo prévio pelo mesmo gabinete”, salientou.

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