O fenómeno Making a Murderer regressa esta semana

Making a Murderer Part Two regressa ao condado de Manitowoc para continuar a sua crónica do caso de Steven Avery e Brendan Dassey, com a tese de que o sistema judicial lhes falhou.

Steven Avery (à direita) e os pais
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Steven Avery (à direita) e os pais Netflix
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Brendan Dassey (ao centro) e os pais
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Brendan Dassey (ao centro) e os pais Netflix

Há cerca de dois anos, a história de Steven Avery tornava-se um fenómeno Netflix: as séries sobre o crime real despontavam com Making a Murderer, um documentário extenso sobre um homem erradamente condenado de violação e absolvido depois de 18 anos de prisão, mas que após pouco tempo em liberdade foi condenado pelo homicídio de outra mulher. O documentário teve impacto no processo jurídico e regressa agora para segunda temporada, Making a Murderer  Part Two, estreando-se os dez novos episódios no dia 19.

Uma recapitulação rápida permite lembrar que Avery, hoje com 56 anos e novamente na prisão, foi absolvido depois de as provas de ADN comprovarem que não tinha cometido o crime de violação em 1985. O documentário mostra a sua tentativa de reinserção na cidadezinha em que parecia fadado a ser marginal e um novo crime que lhe é imputado, que teve lugar em 2005, bem como falhas de isenção e procedimento da polícia local; há ainda um jovem sobrinho com problemas de aprendizagem, Brendan Dassey, que se incrimina e está também preso.

De novo em 2018, as autoras Moira Demos e Laura Ricciardi filmaram os efeitos de Making a Murderer, parte um, como a sua própria fama e a emergência de apoiantes dos Avery, bem como os desenvolvimentos legais do caso.

Making a Murderer é um documentário com uma tese, apesar de as autoras frisarem que o seu foco é o processo legal e o seu equilíbrio — a família Avery é alvo de perseguição pelos agentes que a sua absolvição envergonhou, feita à medida para serem párias ou bodes expiatórios, e alvos depois de processarem o condado que pôs Steven 18 anos na prisão. Motivou, na sua estreia no final de 2015, uma série de petições e indignação da opinião pública norte-americana e chegou a motivar a revogação temporária da sentença de Dassey. Gerou também fortes críticas por falta de isenção.

Foi catalisadora, depois do podcast Serial, da febre do crime real que gerou as séries de ficção baseada em casos reais American Crime Story, mais documentários e adaptações de outros podcasts, como Dirty John, do Los Angeles Times, para a televisão — a série homónima, com Eric Bana e Connie Briton, estreia-se no canal Bravo (não disponível em Portugal) a 25 de Novembro.

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