Santos Silva diz que demissão "enobrece Azeredo" e recusa comentar futuro

Augusto Santos Silva classificou Azeredo Lopes como "um bom ministro da Defesa".

Foto
"É um amigo e colega de há muitos anos", afirmou Santos Silva (dir.) sobre o ex-colega de Governo Azeredo Lopes LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O Ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que a demissão do Ministro da Defesa Nacional "enobrece" o próprio e recusou adiantar mais comentários sobre a solução futura para aquela pasta governamental, remetendo decisões para o primeiro-ministro.

"Só tenho a dizer que é um gesto que enobrece o professor Azeredo Lopes que, na minha opinião, foi um bom ministro da Defesa e, além de mais, é um amigo e colega de há muitos anos", afirmou Augusto Santos Silva, à margem de um ciclo de conferências, organizado pelo PS, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Inquirido sobre se poderia vir a juntar a Defesa, posto ministerial que já desempenhou, aos Negócios Estrangeiros, Santos Silva rejeitou "fazer mais comentários sobre o assunto".

"Como sabe, a composição do Governo é uma decisão do primeiro-ministro, que faz as propostas que entende ao Presidente da República. Não tenho nada a dizer sobre o assunto. É uma competência do primeiro-ministro. Tem de perguntar ao primeiro-ministro", disse.

Colocado perante a hipótese de o presidente do PS e líder parlamentar socialista, Carlos César, vir a ocupar a vaga de Azeredo Lopes, o membro do Governo repetiu: "Também não tenho nenhum comentário a fazer sobre isso."

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, demitiu-se na sexta-feira para evitar que as Forças Armadas sejam "desgastadas pelo ataque político" e pelas "acusações" de que disse estar a ser alvo.

"Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as mesmas Forças Armadas fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela", referiu Azeredo Lopes, na carta enviada ao primeiro-ministro.

O ministro cessante voltou a negar que tenha tido conhecimento, "directo ou indirecto, sobre uma operação em que o encobrimento se terá destinado a proteger o, ou um dos, autores do furto".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou a exoneração de Azeredo Lopes e aguarda a proposta de um sucessor no cargo por parte do primeiro-ministro, António Costa.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários