PS debate riscos do populismo e da sociedade digital

Socialistas debatem os riscos e os progressos da democracia. O populismo e a sociedade digital de um lado, do outro a conquista de direitos individuais.

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Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta, encerra a conferência do PS Rui Gaudêncio

A edição de 2018 das conferências socialistas “pretende cruzar os velhos e os novos riscos para a democracia”, explicou ao PÚBLICO Rui Pena Pires, sociólogo e responsável pela formação política no PS, como membro da comissão permanente e do secretariado do partido. Em debate estarão o populismo e a nova sociedade digital.

Sob o título de “As Liberdades Hoje. Velhos e novos riscos. Desafios e Progressos”, realiza-se este sábado, na Faculdade de Direito de Lisboa um debate que “não pretende ser académico e encontrar explicações, o objectivo é colocar estas questões na agenda política, pois os anos 30 do século passado mostraram que a desvalorização do que se passa é fatal”, argumenta Pena Pires.

A escolha do tema do populismo deve-se, segundo o dirigente do PS, ao facto de “a evolução política por todo o mundo” demonstrar que “há uma imergência do fenómeno dos populismos autoritários, que são conhecidos do passado, hoje são diferentes, mas são demasiado iguais para serem olhados de ânimo leve”, garante Pena Pires.

O populismo é “visível na América do Norte e do Sul, no Leste, nas Filipinas, o próprio Brexit tem contornos de populismo e até na social-democrata Suécia ele regressa”, sublinha o dirigente socialista, defendendo que “a deriva populista não é pontual, parece uma mancha de óleo que alastra”. Concluindo: “A difusão do populismo está a ser mais fácil do que estávamos à espera.”

O tema será abordado de manhã, no debate intitulado “O regresso de velhos riscos: os populismos nacionalistas” com intervenções de Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros, e João Tiago Silveira, director do Gabinete de Estudos do PS, e com comentários do politólogo Tiago Fernandes.

O populismo voltará a ser debatido da parte da tarde, especificamente na perspectiva dos “Desafios: o reconhecimento dos direitos dos migrantes”. Segundo Pena Pires, “a tendência tem sido responder aos populismos, assimilando a ideia de fazer dos imigrantes os bodes expiatórios das crises”. Ou seja, tem havido uma “aceitação das teses populistas sobre imigrantes, o que tem levado as populações a preferirem votar nos seus genuínos criadores”. Sobre esta questão intervirão Constança Urbano de Sousa, deputada à Assembleia da República, e José Leitão, director do Portugal Socialista, os comentários estão a cargo de Pena Pires.

Além do regresso de velhos riscos, a conferência aborda os novos riscos emergentes. “Há hoje também ameaças menos visíveis associadas ao uso das novas tecnologias que aumentam o controlo, a vigilância e a manipulação, o exemplo é a interferência nas eleições norte-americanas”, afirma Pena Pires.

Assim, ao final da manhã, “Os novos riscos da sociedade digital” serão abordado pela politóloga Susana Salgado e pela secretária de Estado adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca. Os comentários serão do sociólogo Gustavo Cardoso.

Mas os socialistas vão também debater “o que de positivo tem surgido” salienta Pena Pires, explicando: “Vivemos um período sem paralelo no que é a eliminação das descriminações e o reconhecimento de liberdades individuais”. Para debater à tarde o tema “Progressos: o alargamento dos direitos individuais” estão previstas intervenções do deputado Sérgio Sousa Pinto e da historiadora Irene Pimentel. Os comentários serão do deputado Alexandre Quintanilha.

A conferência que será aberta pelo presidente da Câmara de Lisboa e membro do secretariado do PS, Fernando Medina, e encerrada pela secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes. Duarte Cordeiro vereador em Lisboa e presidente da Federação de Lisboa do PS abre a parte da tarde.

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