Fernando Santos desmonta "amigável" com a Escócia

Seleccionador dispensou Pepe e Bernardo Silva e não terá Rui Patrício na baliza frente a um adversário intenso, ideal para testar a capacidade de reacção de Portugal a um futebol de maior expressão física.

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Reuters/Lee Smith

Com trajecto irrepreensível na Liga das Nações, Portugal testa no “particular” com a Escócia novas soluções para o futuro, com o seleccionador nacional, Fernando Santos, interessado em avaliar a capacidade de resposta lusa perante um modelo especialmente atlético – “de corridas de 70 metros” –, preconizado por intérpretes britânicos habituados a discutir cada lance até ao limite.

Depois da importante vitória em Chorzów, na Polónia, que deixa Portugal a um pequeno passo da final four da Liga das Nações, os campeões europeus apresentam-se em Hampden Park, em Glasgow (17 h), sem Pepe nem Bernardo Silva (dispensados) e com uma vaga na baliza, aberta pelos não especificados problemas físicos de Rui Patrício.

Apesar das “baixas” e do clima encontrado nas “terras altas”, Fernando Santos promete uma abordagem em tudo idêntica à de um jogo oficial, garantindo não acreditar em “jogos amigáveis”: “Há uns que valem pontos e outros que não valem pontos", estabelece, antecipando “um jogo forte” face a um “adversário em renovação”.

O seleccionador alerta ainda para as características muito específicas do futebol escocês, descrevendo uma equipa “que joga em 3-4-3 ou 3-5-2, muito rápida”, capaz de “partir com facilidade da defesa para o ataque". “É o tipo de dificuldades com que normalmente não somos confrontados. Se entrarmos num jogo de corridas de 70 metros vamos ter dificuldades”, avisa, reforçando a mentalidade escocesa.

“É um adversário de grande entrega, com jogadores que não dão as bolas por perdidas. Sabemos do grau de competitividade na Escócia e será sempre difícil, com um ambiente de apoio à equipa”.

Ainda assim, Portugal tem neste compromisso uma oportunidade para rodar e testar alguns jogadores menos vistos em contexto de selecção. “Podemos utilizar seis substituições, se houver oportunidade jogarão todos, naturalmente", refere um Fernando Santos assumidamente discípulo do pragmatismo.

“Foi a 11 de Julho de 2016, em Saint Denis, em Paris. Esse é que é o momento importante. Todos os treinadores querem que a sua equipa ganhe, em primeiro lugar. Depois que jogue bem. Se tiver de escolher entre ganhar ou perder com nota artística, eu ganho”, remata sem hesitar. “Muitas vezes, as características da equipa ou o adversário não permitem jogar bem. Nesse momento, a minha opção é ganhar", insiste.

Com a fasquia elevada pelos resultados com Itália (1-0) e Polónia (2-3), depois do empate (1-1) com o vice-campeão mundial, no amigável disputado no Algarve, Portugal defronta uma Escócia, do terceiro escalão da Liga das Nações, vinda de uma inesperada derrota em Israel (2-1), depois da vitória sobre a Albânia, na primeira ronda do Grupo 1. Uma realidade que acarreta obrigações acrescidas, embora Danilo Pereira – regressado à selecção nacional depois de ausência prolongada – opte por uma leitura simples.

“Temos de mostrar que somos competentes. Se estamos na selecção é por algum motivo. Não vai ser um jogo fácil, a Escócia tem uma boa equipa, que temos de contrariar. Temos de jogar o mais simples possível".

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