Amy Winehouse vai “voltar” aos palcos em 2019

Holograma da cantora desaparecida em 2011 vai fazer tournée mundial em concertos a reverter para a fundação com o seu nome, a alertar para os riscos do abuso do álcool e de drogas.

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Amy Winehouse no concerto em Lisboa, em Maio de 2008 Nacho Doce/ Reuters

Não será propriamente uma novidade, mas também não estará isento de polémica: o “regresso” de Amy Winehouse aos palcos, para uma tournée mundial de concertos “ao vivo” da cantora inglesa desaparecida em 2011, através do recurso a um holograma, foi anunciado esta quinta-feira pelo seu próprio pai, Mitch Winehouse.

O espectáculo, apresentado como uma verdadeira “encenação teatral”, está a ser produzido pela empresa Base Hologram, e as receitas irão reverter para a Fundação Winehouse, presidida pelo pai da intérprete de Tears dry on their own, com o objectivo de advertir, principalmente os jovens, para os perigos do consumo de álcool e de drogas – diz aquela empresa com sede na Califórnia, em comunicado.

O início da digressão está anunciado para o final de 2019, e a voz (e a imagem virtual) de Amy será acompanhada em palco por uma banda formada especialmente para o efeito, num espectáculo que tem duração prevista entre 75 e 110 minutos.

“Para nós, é um sonho: vê-la de novo sobre o palco será algo de especial, que não poderemos descrever apenas com palavras”, disse Mitch Winehouse, citado pela imprensa britânica. “A música da nossa filha tocou as vidas de milhões de pessoas e o facto de a sua herança poder continuar a ser transmitida deste modo tão inovador é espantoso e incrível” acrescentou o pai e presidente da fundação.

Amy Winehouse morreu no dia 23 de Julho de 2011, pouco mais de um mês após a sua última e atribulada actuação pública num festival em Belgrado, e no ano em que estava também previsto o seu regresso a Portugal, depois do concerto que tinha dado no Rock in  Rio-Lisboa, em Maio de 2008.

A cantora, que desapareceu com apenas 27 anos, teve uma carreira tão fulgurante quanto curta e sempre marcada por problemas, nomeadamente derivados à sua dependência do álcool e das drogas.

Em vida, editou apenas dois álbuns, Frank (2003) e Back to Black (2006), cada um dos quais vendeu mais de um milhão de cópias – e lhe valeram seis Grammies, o último dos quais já a título póstumo.

Para o próximo mês de Novembro, adianta o jornal The Guardian, está anunciada a estreia mundial de um novo documentário televisivo dedicada à cantora, Amy Winehouse - Back to Black, que incluirá gravações inéditas e entrevistas com os seus colaboradores Mark Ronson e Salaam Remi - uma nova visão da vida e da carreira da intérprete de Rehab, que em 2015 já tinha sido revisitada no documentário Amy, realizado por Asif Kapadia.

O agora noticiado “regresso” de Amy Winehouse aos palcos segue uma moda (e também um novo filão do showbizz) que de algum modo se iniciou – recorda também The  Guardian – há meia dúzia de anos, quando o Festival de Coachella, na Califórnia, surpreendeu o público com um holograma do rapper Tupac Shakur, que tinha morrido assassinado em 1996.

Tratou-se da inauguração de uma tecnologia que progressivamente vem sendo aperfeiçoada e adaptada a diferentes domínios. A própria Base Hologram tem actualmente em cena duas produções: um concerto com o holograma de Roy Orbison (1936-1988) e a recriação de Maria Callas “in  concert” com a diva do bel canto desaparecida em 1977.

Contudo, este não é um negócio pacífico, como o comprovam as controvérsias provocadas, por exemplo, em 2016, com o anunciado “dueto” de Christina Aguilera com a malograda Whitney Houston (1963-2012) no programa norte-americano The  Voice; e, no início de 2018, com a homenagem de Justin Timberlake a Prince na final do Superbowl. E as redes sociais espelham também agora essa polémica com várias vozes críticas à utilização – que muita gente considera abusiva – da imagem de Amy Winehouse.

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