As vítimas de Tancos

A saga do assalto em Tancos começou em Junho de 2017.

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Azeredo Lopes Reuters/Francois Lenoir

Exonerados e readmitidos

Três dias depois de ser conhecido assalto em Tancos (29 de Junho), o Chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, revelou que tinha decidido “exonerar os cinco comandos das unidades ligados aos processos de averiguações” abertos após o furto. Os oficiais exonerados foram o comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reacção Rápida, o do Regimento de Infantaria 15, o do Regimento de Páraquedistas, o do Regimento de Engenharia 1 e o da Unidade de Apoio de Material do Exército. O Exército esclareceu que as exonerações de cinco comandantes eram temporárias e vigoravam até serem concluídas as averiguações ao furto. As saídas causaram polémica no ramo e os comandantes foram readmitidos menos de 15 dias depois de demitidos. 

Director da PJM em prisão

A PJ deteve o director da PJM, coronel Luís Vieira, a 1 de Outubro. Depois de ouvido pelo Ministério Público ficou em prisão preventiva, responsabilizado pelo alegado conluio entre a PJ Militar e o suposto assaltante para que as armas fossem entregues e o criminoso deixado em liberdade. Confessou o crime em nome do “interesse nacional”, mas dos militares da PJM e da GNR envolvidos no caso foi o único, a par do alegado assaltante, a ficar em prisão preventiva. Foi substituído na Polícia Judiciária Militar pelo Capitão-de-mar-e-guerra Paulo Manuel José Isabel. Entretanto, tem empurrado a responsabilidade pelo alegado crime para os operacionais da PJM envolvidos. 

Ministro cai

Há muito que o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, estava fragilizado, mas mereceu sempre a confiança de António Costa. Mesmo depois de ser associado ao conluio entra PJM e o alegado assaltante. Um ministro frágil, muito por culpa própria, por parecer que nunca entendeu realmente a gravidade do que se passou em Tancos. Chegou mesmo a desvalorizar a situação em diversas ocasiões. Caiu agora, empurrado pelo caso do assalto e do reaparecimento das armas. Justificou a saída para evitar que as Forças Armadas fossem "desgastadas pelo ataque político" e pelas "acusações" de que disse estar a ser alvo. Desgastado estava ele há muito. 

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