A Europa, que é nossa, de Lisboa a Helsínquia

Dois novos programas sobre a Europa serão emitidos na televisão e na rádio públicas.

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Europa Nuno Ferreira Santos

A RTP e a Antena 1 apresentaram na sexta-feira, no gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa, dois novos programas para serem emitidos na RTP3 e na Rádio pública dedicados à integração europeia. A intenção é clara, segundo os seus responsáveis, cumprir um dever de serviço público quando a Europa é hoje um tema fundamental para os destinos do país e quando se aproximam eleições para o Parlamento Europeu (em Maio do próximo ano) que prometem ser o reflexo da crise que hoje União Europeia atravessa. Como lembrou na apresentação João Fernando Ramos, da direcção da RTP, nas últimas eleições para o PE a participação em Portugal ficou-se pelos 33,7 por cento, para uma média europeia igualmente triste: pouco mais de 44.

Os dois programas serão da autoria de Rebecca Abecassis, que saiu recentemente da SIC, onde justamente foi responsável por vários programas sobre a Europa, e que agora encontrou o seu lugar na Televisão e na Rádio públicas para fazer exactamente o mesmo.

Aquele que estreia primeiro, “De Lisboa a Helsínquia”, vai percorrer 56 regiões da Europa dos (ainda) 28, para fazer reportagens sobre a utilidade e a relevância dos fundos europeus nas áreas do ambiente, educação, saúde, cultura, inovação e imigração. Será apresentado por Rebecca Abecassis e por Raquel Morão Lopes. A estreia está marcada para o dia 20 de Outubro, ao fim da noite, na RTP3, e no dia 22 de Outubro ao início da tarde, na Antena 1.

O segundo programa, “Europa Minha”, com estreia marcada para Novembro e apresentado por João Adelino Faria, será de informação e de debate sobre a agenda europeia, incluindo o escrutínio do que fazem os representantes portugueses em Bruxelas.

Nunca como hoje foi tão difícil, tão complexo e tão desafiante abordar as questões europeias, disse a autora dos programas. Nem foi tanta a “responsabilidade dos jornalistas”. Carlos Moedas, comissário português para a Ciência e a Inovação, citou uma obra de Stefan Zweig “A Desintoxicação Moral da Europa” (1934), para referir a sua “grande preocupação” com as próximas eleições europeias e a importância insubstituível dos jornalistas para colmatar o desfasamento entre percepção e realidade que hoje marca a opinião pública europeia.

As previsões apontam para uma forte presença dos partidos populistas e nacionalistas (na sua grande maioria, antieuropeus) no Parlamento Europeu que será eleito em finais de Maio, alterando profundamente a realidade política europeia num dos seus órgão de representação mais importantes. Este crescimento far-se-á à custas dos grandes partidos europeístas que até agora dominaram a câmara: o PPE, os Socialistas e Democratas e os Liberais. Os programas têm o patrocínio da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu.

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