Grupo brasileiro investe seis milhões em antigo palacete, sob a pena de Camilo Castelo Branco

Num antigo palacete Art Nouveau na Rua Camilo Castelo Branco surgirão 11 apartamentos de luxo, cuja decoração terá como inspiração a vida e obra do autor que dá nome à rua.

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Fotomontagem do projecto DR

Quando Rogério Valença passava férias em Lisboa, em Setembro de 2016, talvez não imaginasse que dali a dois anos estaria de novo na capital portuguesa para anunciar uma obra que é a estreia da Incortel, a empresa onde é director de desenvolvimento, fora do Brasil. Certo é que “a cidade em transformação” que encontrou não mais lhe saiu da cabeça. Voltou e convenceu mesmo Cecília Zon Rogério, a presidente do grupo imobiliário brasileiro, a atravessar o Atlântico. 

Depois de 90 prédios estudados, em Lisboa e no Porto, acabaram por escolher o que ocupa o número 25 da Rua Camilo Castelo Branco, próxima à Avenida da Liberdade.

O Camillo 25’, assim se chama o projecto, vai ser construído no antigo palacete Art Nouveau, um dos poucos exemplares que ainda restam em Lisboa, envolvendo um investimento de seis milhões de euros. E terá o escritor Camilo Castelo Branco como principal fonte de inspiração. “Eu não queria fazer mais do mesmo. Queria fazer algo que pudesse ter uma alma. Que se diferenciasse e acabasse por perpetuar o edifício”, disse Cecília Zon Rogério na apresentação do projecto que decorreu na quinta-feira.

Quiseram construir um edifício que agregasse arquitectura e arte. Por isso convidaram a artista plástica brasileira Ana Paula Castro, neta de portugueses, para criar obras de arte exclusivas para este projecto, sempre inspiradas na vida e obra de Camilo Castelo Branco, como um coração de grandes dimensões que estará a entrada do edifício. 

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Serão 11 apartamentos, todos diferentes, projectados por cinco arquitectos convidados, tendo como referências temas como o romance, poesia ou história. O prédio terá seis andares. Para tal, ao edifício devoluto que lá está terão de crescer mais quatro pisos e serão ainda construídos mais três subterrâneos para estacionamento. 

Os apartamentos serão de tipologia T1 e T2, sendo que existem dois dúplex, e serão entregues aos proprietários completamente mobilados e decorados. Custarão entre 580 mil euros e 1,2 milhões de euros. A obra deve arrancar ainda este ano e deverá estar concluída em 18 meses. A venda dos apartamentos arranca esta sexta-feira pela mão da Remax Collection e apesar de ainda não estar nenhum apartamento vendido há já “três ou quatro reservas” feitas depois de o projecto ter sido apresentado no Brasil.

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A Incortel foi criada há 36 anos quando Cecília Zon Rogério estava a começar o curso de arquitectura. Desde então, têm obra em vários estados do Brasil, sendo que esta é a primeira experiência fora do país. E é para ficar, diz a presidente da Incortel, que tem já em desenvolvimento mais dois projectos: um no centro histórico de Lisboa e outro na periferia, disse, sem contudo revelar mais pormenores. O objectivo é arrancar com o segundo investimento no primeiro semestre do próximo ano e, até 2020, abrir uma sede no país.

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