Há uma idade para homens e mulheres traírem? Estudo diz que sim

As vésperas dos grandes aniversários são propícias à traição no caso dos homens. Sétimo ano de casamento também é crítico.

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Os homens traem mais nos anos acabados em nove e as mulheres têm uma aventura extraconjugal, em média, por volta dos 37 anos, dizem duas agências especializadas em encontros promovidos pela internet.

A página de relações extraconjugais Ashley Madison diz que os homens procuram este tipo de relacionamentos nos anos acabados em nove, com os casos a serem maioritariamente relatados aos 39, 49 e 59 anos de idade. O facto de estarem nas vésperas de comemorar grandes aniversários leva-os a ter este tipo de comportamento da mesma forma que, segundo a rede social para atletas Athlinks, também estão mais disponíveis para correrem pela primeira vez uma maratona com essas idades.

No que toca às mulheres, o estudo promovido pela Victoria Milan, uma rede social para casos secretos, revelou que a idade média, a nível mundial, para relações extraconjugais era de 36,6 anos. O site diz que a média de idades a que estas mulheres se casaram era de 29 anos. Feitas as contas, a média entre o enlace e a primeira traição acontece entre os sete e oito anos de casamento.

Em comunicado, o fundador da Victoria Milan, Sigurd Vedal, avança possíveis razões para a infelidade feminina nesta altura: “porque o seu marido não lhes está a dar a atenção e o respeito que merecem” ou porque “a chama do seu casamento se apagou”.

Não há dados sobre Portugal, mas a realidade entre vários países da Europa é muito distinta: se no Reino Unido a maioria das mulheres que traíram os parceiros disseram tê-lo feito entre os 25 e os 29 anos, na Hungria isso acontece em média entre os 45 e os 49.

The seven-year itch”. A altura em que o casamento “faz comichão”?

A expressão “The seven-year itch” (a coceira do sétimo ano) ganhou fama com o filme homónimo de 1955, protagonizado por Marilyn Monroe – em Portugal, tem o nome O Pecado Mora ao Lado.

O filme norte-americano retrata a história de um homem que fica sozinho em Nova Iorque, enquanto a mulher vai com o filho para a costa do Maine. No andar de cima, uma nova vizinha (a modelo interpretada por Marilyn Monroe) desperta a atenção do homem, que se tenta envolver com ela. Só que o facto de estar a ler um livro sobre “a grande probabilidade de o homem se tornar infiel após sete anos de casamento” – precisamente a duração do seu casamento – leva-o a um estado de paranóia.

A propósito das crises no casamento, o professor Larry Kurdek, da Universidade Estadual Wright (no Ohio, Estados Unidos), entrevistou 522 maridos e esposas. As entrevistas aconteciam uma vez por ano, durante os primeiros dez anos de casamento. O objectivo era medir a progressão da felicidade conjugal.

No estudo, Kurdek acabou por descobrir que há duas alturas padrão para as crises conjugais: depois dos quatro e dos sete anos de casamento. Estas crises tinham, normalmente, efeitos maiores nos casais com filhos. A causa estava no facto de se diminuir a aposta na relação para o foco estar no apoio à criança.

Estudando os animais, a bióloga norte-americana Helen Fisher concluiu que “os mamíferos monogâmicos e as aves acabavam por ficar juntos apenas o tempo suficiente para se reproduzir”. Na prática, “depois de os filhos de pisco-de-peito-ruivo [uma ave conhecida por pintarroxo] deixarem o ninho” ou “as raposas jovens deixarem a toca”, os pais “também se separam”.

Os seres humanos mantêm no seu comportamento “traços desse padrão reprodutivo natural”, diz Helen Fisher.

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