Cancelamentos provocam subida de queixas contra TAP e Ryanair

TAP manteve-se a entidade alvo de mais reclamações, que subiram 101,5% e chegaram às 4373 queixas no semestre. Ryanair subiu para a segunda posição, logo seguida pelo aeroporto de Lisboa

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Regulador diz que TAP cancelou 29 voos em Março Paulo Pimenta

O primeiro semestre deste ano não foi positivo para companhias aéreas como a TAP e a Ryanair, que assistiram a uma subida expressiva das reclamações por parte dos passageiros. De acordo com os dados do regulador, a ANAC, a TAP manteve-se como a entidade com mais reclamações (incluindo-se aqui infra-estruturas como o aeroporto de Lisboa), que subiram 101,5% em termos homólogos e chegaram às 4373 queixas (62,4% do total de reclamações nesse período, o que também é explicado pela dimensão da operação da empresa em Portugal).

No relatório sobre reclamações de passageiros do transporte aéreo do primeiro semestre deste ano, a ANAC sublinha que ocorreram “episódios circunscritos” nesse período, que geraram “um número elevado de reclamações dirigidas à TAP, designadamente resultantes do cancelamento de 29 voos em Março”.

Em segundo lugar ficou a Ryanair, que tem sido afectada por várias greves devido a questões laborais envolvendo pilotos e tripulantes de cabine, quando em idêntico período do ano passado ocupou na oitava posição. Segundo os dados agora disponibilizados pelo regulador, a companhia aérea irlandesa foi alvo de 500 reclamações, uma subida de 575,7%, para a qual contribuíram 66 cancelamentos registados em Março e Abril.

Ao todo, a ANAC diz que foram cancelados 95 voos no primeiro semestre, entre TAP e Ryanair, e que a perturbação causada por estas falhas foi o que mais marcou o período em análise.

Em terceiro lugar no ranking das reclamações ficou o aeroporto de Lisboa com 464 queixas, o que representa uma subida de 65,1% (muito superior ao aumento do número de passageiros movimentados) em termos homólogos.

Por tipologia, os cancelamentos de voos foram os que originaram mais reclamações, com 1948 queixas (mais 243% em termos homólogos), seguindo-se os atrasos, com 1280 (mais 39,6%) e os atrasos com perda de ligação, com 983 (mais 99,8%).

Ao todo, a ANAC recebeu 7011 reclamações de passageiros no primeiro semestre, número que representa uma subida de 77,5%. Destas reclamações, a esmagadora maioria (87,9%) “estão relacionadas com a prestação de serviços das companhias aéreas, 10% são dirigidas aos gestores aeroportuários e os restantes 2,1% são referentes à actuação dos prestadores de serviços de assistência em escala”, refere o regulador.

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