Matosinhos quer mais linhas de autocarros geridas na totalidade pela STCP

A futura frota deverá incorporar veículos amigos do ambiente, “com fontes de energia mais sustentáveis do que a actual”.

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Marco Duarte

Mais linhas e uma rede única em Matosinhos gerida pela STCP abrangida pelo Andante é a proposta que vai seguir para a Área Metropolitana do Porto (AMP), após ter sido votada esta semana favoravelmente em reunião de executivo camarário.

A proposta chegou à mesa por iniciativa do vereador comunista, José Pedro Rodrigues, responsável pelo pelouro da Mobilidade. Partilhando o município a responsabilidade da autoridade dos transportes com a AMP e enquanto co-gestor da empresa até pelo menos 2024 propõe a autarquia que seja considerado um conjunto de condições relativo ao processo de contratação dos transportes.

De acordo com o documento, prevê-se que a rede aumente em extensão total e reforce o serviço em zonas carenciadas com novas linhas. Fazem parte dessa lista as seguintes ligações: Lavra e o Pólo Empresarial IKEA/Contro Comercial, com extensão ao Metro; Via Norte a todos os importantes pólos empresariais nas imediações desta artéria; uma linha rápida entre Leça da Palmeira ao Metro na Senhora da Hora, passando pelos grandes parques de estacionamento gratuitos no centro de Matosinhos e outra entre o Aeroporto Sá Carneiro e a Senhora da Hora, passando pela zonas do coração do território municipal com escassez ou ausência de oferta de transportes públicos.

A futura frota deverá incorporar veículos amigos do ambiente, “com fontes de energia mais sustentáveis do que a actual”. O tarifário, além de manter o passe Andante em toda a rede, poderá ser complementada por outras opções como um “passe metropolitano”, tendo em vista a diminuição dos custos de acesso ao transporte público.

Reforça a proposta a preocupação no sentido de uma “evolução positiva nos horários”, especialmente nos nocturnos, no serviço que abrange os pólos de maior concentração de emprego.

A autarquia defenderá no documento a apresentar que a STCP seja o operador interno do concelho, fazendo corresponder a esta gestão “uma rede única, optimizada, coerente e servida com idêntica qualidade por todo o território”.

Recorde-se que em Maio deste ano, a autarquia anunciou que o concurso público para escolher nova empresa responsável pelo serviço público de transportes públicos do concelho, actualmente entregue à Resende, seria antecipado. Este processo foi desencadeado após um longo historial de incidentes envolvendo a empresa matosinhense. Em menos de um ano pelo menos três camionetas incendiaram em horário de expediente. A estas três camionetas juntam-se outros veículos que por motivos diversos tiveram de interromper a circulação entre paragens por apresentarem anomalias mecânicas.

Antes do anúncio feito, na sequência da delegação de competências na matéria de mobilidade e serviços públicos de transporte de passageiros municipais às autarquias, em 2015, o município encetou um processo de sensibilização junto do operador privado no sentido de uma melhoria do serviço prestado, que considerou não ter sido resolvido, o que fez acelerar a decisão do início do ano.

Já nessa altura, José Pedro Rodrigues, defendeu que a operação deveria ser adjudicada à STCP, nem que para isso fosse necessário recorrer “a subconcessões”.

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