Centro de Saúde da Batalha "é um edifício abandonado"

Unidade de Saúde da Batalha está em obras há dois anos mas o presidente da junta critica o seu "abandono".

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ENRIC VIVES-RUBIO

O presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto diz que o Centro de Saúde da Batalha está ao abandono e que as obras não avançam. A Administração Regional de Saúde – Norte (ARSN) garantiu estar a cumprir os prazos estabelecidos.

Em 2016, António Fonseca, presidente da União de Freguesias de Cedofeita, Santo Idelfonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, aplaudia a decisão do Governo em reabilitar aquele espaço. Hoje, queixa-se de ser “um edifício completamente abandonado, cheio de ratos e lixo”. O autarca diz que já nem sequer o letreiro, que deve dar conta do plano e prazos da obra, consta. “A única placa que aqui existe diz vende-se e está para ali caída”, apontou.

A Unidade de Saúde da Batalha vai ser instalada no edifício que fazia parte do Convento de Santa Clara, estando a obra de requalificação já em curso e o espaço já serviu como centro de saúde. No entanto, António Fonseca lembra que, na verdade, o espaço servia para um pouco de tudo, até era lá que ficavam os perdidos e achados.

Fonte da ARSN lembrou que a recuperação do espaço decorre “a bom ritmo” e “dentro dos prazos estabelecidos”. À altura da divulgação da Carta de Equipamentos de Saúde Primários, onde está contido o Centro de Saúde da Batalha, o projecto visava a abertura do espaço para o primeiro semestre de 2018. Contudo, “houve um ligeiro atraso na alteração do projecto”, avançou a mesma fonte. Espera-se, por isso, que a obra de recuperação esteja concluída no final deste ano ou, “no limite”, no início de 2019.

Alguns dos moradores que, na manhã desta quarta-feira, passavam pelo Largo Primeiro de Dezembro, junto ao edifício que vai dar lugar ao Centro de Saúde, notavam que a obra parece, à primeira vista, parada. “Há tanto tempo, olhe é assim sem comentários”, reflecte Lucinda que tem 60 anos e, ao contrário da maioria da população mais envelhecida que ali mora, ainda vai tendo alguma capacidade de mobilidade. Segundo a moradora, “já está para aí há quatro ou cinco anos para ser feito, demorou a vir e, quando veio, parou.” “É uma semana de trabalho e duas de descanso”, rematou.

Há até quem diga que as obras no Porto são “as de Santa Engrácia, não andam”. Com 92 anos, Maria Helena vê-se obrigada a ter que percorrer uma distância que “fica mais fora de mão” quando tem que se dirigir ao centro de saúde. “Faz muita falta [o centro de saúde dali] porque a zona da Sé é populosa”, concluiu.

Aquele espaço vai dotar, quando a requalificação estiver concluída, o Centro de Saúde da Batalha com a Unidade de Continuados da Comunidade da Baixa do Porto, a Unidade de Saúde do Porto Ocidental e o Centro de Vacinação Internacional, notou o autarca ao lembrar o que a apresentação da obra, em 2016, havia proposto. António Fonseca lembrou que os acessos, a outros centros de saúde que sejam próximos, para aquela população mais envelhecida são difíceis e cidadãos de idade avançada “não têm meio de transporte adequado e têm que ir para a Rua do Heroísmo, que não tem condições absolutamente nenhumas”, rematou.  

Texto editado por Ana Fernandes

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