Nakajima, a jóia que vai render milhões ao Portimonense

Internacional japonês de 24 anos continua a destacar-se no emblema algarvio e é alvo da cobiça de clubes nacionais e estrangeiros. Trouxe a esposa e o cão para criar um ambiente familiar e ajudá-lo na adaptação

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Nakajima brilhou no triunfo sobre o Sporting, com dois golos e duas assistências LUSA/LUIS FORRA

Shoya Nakajima no Real Madrid por 20 milhões de euros? A notícia que o jornal regional algarvio Sul Informação publicou em Abril passado afinal era só uma brincadeira de Dias das Mentiras, mas pode em breve arriscar-se a não ter andado muito longe da realidade. Revelação na temporada passada, confirmação na actual, Nakajima continua a demonstrar todo o seu potencial com a camisola do Portimonense após um ano de estreia no futebol português em que já tinha deixado excelentes indicações. O japonês de 24 anos encheu o campo e esteve envolvido nos quatro golos – marcou dois e fez duas assistências – com que os algarvios derrotaram o Sporting (4-2). A questão já não é se Nakajima irá protagonizar uma grande transferência, mas quando irá acontecer esse salto para patamares mais elevados.

Era o último dia de Agosto de 2017 e o Portimonense apresentava dois novos reforços: o presidente da SAD, Rodiney Sampaio, e o treinador Vítor Oliveira davam a conhecer Oriol Rosell, cedido pelo Sporting, e Shoya Nakajima, emprestado pelo FC Tokyo. Quatro meses depois, em Janeiro, davam-se acontecimentos marcantes para o percurso de cada um dos futebolistas. Rosell deixou Portimão e rumaria ao futebol dos EUA para representar o Orlando City. Nakajima, que já começava a chamar as atenções, viu o Portimonense avançar para a compra da totalidade do seu passe (inicialmente os algarvios detinham 20%).

Nessa altura o futebolista japonês já era titular indiscutível na equipa de Vítor Oliveira – terminaria a temporada com 33 jogos em todas as competições (32 dos quais a titular) e dez golos marcados – e começavam a chegar abordagens a Portimão. Nada que surpreendesse os dirigentes do Portimonense, que tinham incluído no contrato de Nakajima uma cláusula de rescisão de dez milhões, que automaticamente duplicaria de valor se o japonês não saísse até 31 de Janeiro de 2018. Não aconteceu, e agora quem o quiser vai ter de pagar uma fortuna.

“O Nakajima já tem uma cláusula de dez milhões de euros até ao fim de Janeiro e, depois disso, sobe para os 20 milhões. Também é muito pretendido. Queremos mantê-lo, mas vai ser difícil segurá-lo. Recusámos agora oito milhões. As jóias só saem se alguém bater a cláusula”, vincava, em Janeiro deste ano, numa entrevista ao diário desportivo O Jogo, Rodiney Sampaio.

O jogador sente-se bem em Portimão, como se percebe nas entrevistas que tem dado. “Parece-me uma linda cidade, com praias excelentes. Quanto ao Portimonense, vejo um clube em pleno crescimento, com uma óptima estrutura e um ambiente de trabalho excelente”, dizia a O Jogo, em Setembro de 2017. Nakajima trouxe consigo a esposa e o cão Simogi: “Fiz questão que ele viesse dentro da perspectiva de criar um ambiente familiar, em que me sentisse verdadeiramente em casa, pois isso contribui, em larga medida, para que me sinta bem e possa andar feliz, rendendo nos treinos e nos jogos”, explicava, em Novembro do mesmo ano, ao Record.

De volta à selecção

Ter esse ambiente familiar ajudou-o na adaptação. E as experiências gastronómicas também não correram mal, contava: “Provei sardinha assada e também bacalhau e posso dizer que gostei. A comida aqui é preparada com ingredientes e acompanhamentos que têm algumas diferenças em relação ao Japão, mas não posso reclamar do que experimentei até agora.”

Nakajima chegou ao Portimonense como internacional olímpico (integrou a selecção japonesa que esteve nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro), mas em Março deste ano estreou-se na selecção principal – e logo com um golo. Isso ajudou a sua cotação a disparar dos 800 mil euros em que era avaliado à chegada a Portugal até aos oito milhões actuais, segundo o portal especializado Transfermarkt. Ficou de fora dos convocados para o Mundial 2018, uma opção de Akira Nishino algo controversa no Japão, mas entra nas contas de Hajime Moriyasu, o novo seleccionador, que conta com ele para os particulares que os “samurais azuis” vão disputar nos próximos dias contra Panamá e Uruguai.

Benfica, FC Porto e Sporting estão entre os emblemas que terão manifestado interesse no futebolista japonês – que confessou a O Jogo que “gostaria muito de jogar no FC Porto” – mas a imprensa desportiva cita também clubes como Eintracht Frankfurt, Wolfsburgo, Borussia Dortmund ou Galatasaray. As boas exibições de Nakajima não passaram despercebidas. Quem quiser escrever outra brincadeira de 1.º de Abril com ele vai ter de puxar mais pela imaginação.

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