De proscrito a herói, Seferovic resolveu o clássico

Após uma hora mal jogada, o avançado suíço fez o golo que desequilibrou o duelo entre o Benfica e o FC Porto, e coloca os “encarnados” na liderança.

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Militão e Seferovic
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Militão e Seferovic LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
Marega e Rúben Dias
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Marega e Rúben Dias LUSA/MIGUEL A. LOPES
Soares e Lema
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Soares e Lema LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
Lema e Herrera
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Lema e Herrera LUSA/MIGUEL A. LOPES

Durante uma hora, houve futebol a menos e quezílias a mais, mas um golo de Haris Seferovic transformou o clássico entre Benfica e FC Porto. Rotulado de dispensável até ao final de Agosto, o internacional suíço resolveu um jogo em que nenhuma das equipas justificou sair do zero durante os dois primeiros terços da partida. Com a vantagem no marcador, os “encarnados” melhoraram, mas a expulsão de Cristián Lema deu novo alento aos portistas, que beneficiaram de um par de boas oportunidades para marcar nos instantes finais. Com a vitória, o Benfica iguala o Sp. Braga e reassume a liderança do campeonato, enquanto os portistas sofrem a segunda derrota em sete jornadas, tantas quantas as sofridas em toda a época passada na I Liga.

As dúvidas pareciam ser poucas e como era expectável, nada de imprevisível aconteceu antes de Fábio Veríssimo dar o apito inicial. Com a elasticidade táctica de um bloco de cimento, Rui Vitória foi fiel ao seu perfil de treinador. Na antevisão do segundo clássico da época, o técnico ainda tentou esconder o jogo, deixando no ar a hipótese de ter algum trunfo guardado na manga. Mas Vitória não surpreendeu.

No 4x3x3 que tem privilegiado há quase um ano, o técnico voltou a deixar evidente que neste momento Gabriel tem vantagem sobre Gedson na luta por um lugar no trio do meio campo, enquanto na esquerda Cervi relegou Rafa para o banco. Na defesa, sem Jardel e Conti, avançou Cristián Lema. Ao lado de Rúben Dias, o central argentino, acabou por cumprir, mas na parte final esteve num dos lances polémicos da partida.

Menos previsível do que Vitória, Sérgio Conceição, mostrando ambição q.b., colocou em cima da mesa as cartas que se esperavam. Com a entrada de Soares no “onze”, Marega descaiu para a direita, mas o treinador portista tinha uma novidade guardada: Otávio jogou mais recuado, quase a par de Danilo, e foi Herrera que surgiu quase sempre no apoio a Soares.

A opção ofensiva de Conceição traduziu-se num ascendente portista nos primeiros minutos e o primeiro remate do jogo saiu dos pés de Soares: Vlachodimos defendeu sem dificuldades.

Após um primeiro quarto de hora em que sentiu dificuldade em libertar-se da pressão alta exercida pelo FC Porto, o Benfica começou, aos poucos, a tentar assumir o controlo. Porém, durante os primeiros 45 minutos, o jogo foi equilibrado, desinteressante e mal jogado. Um longo bocejo até ao intervalo, com pequenas quebras na monotonia nos lances de bola parada e numa perdida de Seferovic que, só com Casillas pela frente, rematou ao lado. O suíço estava, no entanto, em fora-de-jogo.

Tal como no primeiro tempo, os “dragões” entraram melhor após o intervalo. Porém, aos 52’, Otávio, em dificuldades físicas, foi substituído por Sérgio Oliveira. Coincidência ou não, sem um dos jogadores portistas com melhor rendimento neste início de época, o FC Porto começou a fraquejar.

Já com Rafa em campo, o Estádio da Luz assistiu, ao fim de uma hora de jogo, à primeira jogada com pés e cabeça, mas Casillas defendeu com qualidade um remate de Gabriel, num lance que também era irregular.
Quase de imediato, surgiu o golo: Pizzi assistiu de cabeça Seferovic e o avançado suíço, pressionado por Militão e Casillas, desviou para o fundo da baliza.

O golo foi o aditivo que o jogo precisava. Com a vantagem, o Benfica ganhou confiança e Salvio esteve perto do 2-0. Conceição, no entanto, reagiu. Obrigado a correr riscos, o técnico trocou Corona por Maxi, e Danilo (74’) quase empatou. A resposta de Vitória foi colocar músculo no meio-campo (Alfa Semedo por Pizzi), mas depois de Conti em Chaves e Rúben Dias em Atenas, aos 83’, pelo terceiro jogo consecutivo, um central do Benfica acabou expulso: no jogo de estreia, Lema viu dois cartões amarelos.

Com dez, o Benfica recuou, o FC Porto lançou-se para o ataque e beneficiou de três excelentes oportunidades, mas Brahimi (86’), Militão (87’) e Danilo (90’+4’) não evitaram o primeiro triunfo de Rui Vitória num braço-de-ferro com os “dragões”.

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