The Gifted: Como se tenta tornar real uma série sobre mutantes

Além do paralelo entre a luta dos mutantes e as minorias na América, há outros ingredientes que tentam tornar esta série de super-heróis o mais realista possível. O PÚBLICO entrevistou Stephen Moyer e Natalie Alyn Lind (os actores que fazem de pai e filha na série), que revelaram algumas das técnicas usadas.

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A criação de portais é um dos superpoderes; na imagem, Blink (Jamie Chung) e Lauren (Natalie Alyn Lind) DR

Em The Gifted tudo é pensado ao pormenor, contam os actores Stephen Moyer e Natalie Alyn Lind, em Londres: o modo como gesticulam, quando usam os seus poderes, é analisado e discutido de forma a tornar essa acção mais natural e menos aparatosa. Chega a ser impressionante “a minuciosidade e o detalhe com que [os produtores] falam sobre a forma como um poder se manifesta, de onde vem e como será mostrado visualmente”, conta o actor de The Gifted Stephen Moyer. A série estreia-se na segunda-feira, dia 8, na Fox.

Além do paralelo entre a luta dos mutantes e as minorias na América, há outros ingredientes que tentam tornar esta série de super-heróis o mais realista possível — dentro do género, claro. 

Há até “um especialista de mutantes”, revelam os dois actores – trata-se do produtor executivo Derek Hoffman. Fã das bandas desenhadas da Marvel, Hoffman trabalha também na série Legion, da Marvel, e esteve envolvido na produção de filmes dos X-Men, partilhando erudição sobre mutantes com Hugh Jackman (que interpreta Wolverine na franquia) e Patrick Stewart (que faz de Professor X). “Tem um conhecimento enciclopédico”, garante Moyer, e é ele quem “assegura que haja uma linha de coerência e realismo na série”.

É também essa a razão pela qual a ciência não fica de fora. Na segunda temporada, Reed ganha poderes depois de atravessar um turbilhão emocional que fez com que o gene X, que nele fora reprimido em criança, se tornasse a manifestar. Para apresentar a explicação científica do que estava a acontecer, “tiveram de criar um gráfico do genoma humano com aquilo que seria o gene X, se ele fosse real, num corpo humano — e também de perceber a forma como o corpo reagiria”, explica Stephen Moyer ao PÚBLICO. “São coisas fixes como estas que fazem com que os fãs fiquem entusiasmados”, reconhece.

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Lauren, Kate, Eclipse e Reed numa das cenas da segunda temporada DR

Os actores não se cingem ao trabalho de representação e podem também apresentar sugestões quanto à estrutura narrativa da série. Stephen Moyer chegou a fazê-lo: “A partir de algo que aconteceu na vida real aos meus filhos gémeos, eu disse ao Matt [Nix, o realizador] que esse seria um mecanismo útil para manter uma ligação entre a Lauren e o Andy, os meus filhos na série.” Referia-se, possivelmente, aos sonhos proféticos partilhados pelos dois irmãos na segunda temporada. As propostas também se aplicam às cenas de acção, explicam — e tanto Lind como Moyer gostam de as fazer, mas nem sempre os deixam, por questões de segurança. “Fazemos tudo o que conseguimos”, conclui Moyer.

O PÚBLICO viajou a convite da Fox

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