O quadrado verde de Telheiras vai manter-se e não haverá mais igreja

Câmara apresentou uma solução alternativa que contempla apenas a construção do centro paroquial, junto da actual igreja. A ideia parece ter agradado à junta de freguesia e ao pároco de Telheiras, mas falta ainda o aval do Patriarcado.

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O espaço foi ajardinado pela autarquia em 2015, já depois de estar prometido à Paróquia de Telheiras Rui Gaudencio

A câmara de Lisboa encontrou uma solução para o jardim de Telheiras onde a paróquia local queria ver erguidos uma igreja, casas mortuárias, e um centro paroquial que gerou muita contestação entre os moradores que não queriam perder um espaço verde. A construção de uma nova igreja deixa de estar nos planos e o centro paroquial fica junto da actual igreja.

A garantia foi deixada pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, na noite de quarta-feira na reunião descentralizada da autarquia dedicada à audição de munícipes das freguesias do Lumiar e de Santa Clara. 

Nessa sessão, uma das promotoras da petição que desencadeou todo este movimento de contestação à volta do projecto para estas construções entre o Jardim de Infância de Telheiras e da Escola Básica nº1, questionou a autarquia sobre o andamento do processo negocial entre a câmara e o Patriarcado na procura por uma localização alternativa para a construção da igreja.

“Lamentamos não termos sido recebidas pelo senhor presidente da câmara e pelo senhor vereador Manuel Salgado”, sublinhou Rita Teixeira. Segundo a peticionária, o vereador fez chegar, a 13 de Agosto, um email às peticionárias a dar conta de conversações entre a autarquia e o Patriarcado para que fosse encontrado um terreno alternativo para a igreja. “Contudo, sobre essas conversações de nada sabemos. Aliás, consideramos inaceitável a demora de notícias por parte da Assembleia Municipal”, continuou Rita Teixeira, que havia apresentado a petição numa sessão da Assembleia Municipal de Lisboa no final do mês de Março.

E questionou que soluções alternativas havia, afinal, a câmara apresentado ao Patriarcado, lembrando que o lote K0 — assim é designado aquele espaço verde —, esteve votado “ao abandono” desde que a petição começou a circular. 

Na resposta, Manuel Salgado referiu que a voz dos peticionários tinha sido ouvida. “A razão pela qual ainda não reunimos convosco foi porque gostaríamos de reunir com propostas concretas”, argumentou. E explicou que tinha já conversado com a Igreja e com o pároco de Telheiras sobre a possibilidade de a igreja e o centro paroquial serem construídos no Alto da Faia. Só que a proposta foi recusada, tendo a autarquia apresentado outra alternativa: construir-se apenas o centro paroquial, junto da actual igreja e ao Colégio Mira Rio. 

Esta proposta, disse Salgado, "já tem a concordância do senhor presidente da junta”, admitindo ainda que “há uma aceitação de princípio do pároco”, mas que aguarda confirmação do Patriarcado. 

“Acho que é uma proposta que vai ao encontro do que os peticionários [queriam]. Como o senhor presidente disse, isto é para se fazer nestes termos e portanto o quadrado que fica liberto é para ser reabilitado e manter a função que tinha”, reforçou Manuel Salgado. 

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