Lawrence Stroll pagou 101 milhões pela Force India

Relatório revela o montante pelo qual foi adquirida a equipa de Fórmula 1, para além de dar pormenores sobre a sua grave situação financeira.

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Ocon é um dos pilotos da Force India LUSA/DIEGO AZUBEL

A Racing Point, um consórcio liderado pelo milionário canadiano Lawrence Stroll, pagou 101 milhões de euros para adquirir a equipa de Fórmula 1 Force India em Agosto, segundo revelou um relatório. O documento também revelou o mau estado financeiro da equipa do empresário indiano Vijay Mallya na altura em que entrou em insolvência.

A equipa sediada em Silverstone tinha apenas 270 mil euros nas contas a 27 de Julho, com uma folha salarial mensal a rondar os 2,5 milhões. Para continuar a funcionar em Agosto, incluindo salários, precisava de 11 milhões, sendo que não estavam previstas “receitas significativas”, até porque o banco Santander tinha congelado todas as contas a 25 de Julho.

Segundo o mesmo relatório, a Force India devia 15,7 milhões à Mercedes, o fornecedor de motores da equipa, enquanto os representantes de Sérgio Pérez exigiam 4,5 milhões devidos ao piloto mexicano. Também na lista dos credores estava a Formtech, outro parceiro da equipa, que reclamava uma dívida de 2,6 milhões.

Mallya, um empresário indiano com base em Londres cuja extradição foi pedida pelas autoridades do seu país, tinha 42,5% da equipa, com o Sahara Group a deter uma percentagem semelhante. Vários bancos indianos já conseguiram que fossem congelados, em Novembro passado, os bens da holding que detém a Force India como forma de tentar recuperar os empréstimos feitos a Mallya no valor de 1,57 mil milhões para financiar a entretanto extinta companhia aérea Kingfisher Airlines.

Na altura, os administradores judiciais tiveram cerca de 20 entidades a demonstrar interesse na equipa, mas avisaram que teriam de andar depressa por causa da situação financeira e da eventual perda de pessoal para outras equipas. Depois de passar o prazo de seis de Agosto, havia cinco propostas, mas a de Lawrence Stroll, pai do piloto da Williams Lance Stroll, era a única que queria recuperar a equipa.

A Force India existe com este nome desde 2008, depois de ter sido Jordan, Midland e Spiker. Desde que passou a ser controlada por Mallya nunca ganhou um grande prémio em dez épocas.  Após mudar de mãos, a equipa manteve os pilotos (Pérez e Esteban Ocon), mas, para efeitos classificativos, é uma equipa diferente. Os 59 pontos conquistados pela Sahara Force India nas 12 primeiras corridas foram anulados; só valem os 35 conquistados por Pérez e Ocon nas quatro provas mais recentes (Bélgica, Itália, Singapura e Rússia), desde que a Racing Point tomou conta da escuderia.

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