Web Summit mantém-se em Lisboa pelo menos mais cinco anos

Governo e organização acertaram a continuidade da feira de tecnologia para lá da edição 2018, que regressa à capital em Novembro com 70 mil pessoas.

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Paddy Cosgrave, co-fundador e presidente da Web Summit, a dar as boas-vindas aos visitantes na edição do ano passado Ricardo Lopes

A Web Summit vai continuar em Portugal. O acordo está fechado e os termos serão anunciados na quarta-feira. A notícia foi avançada esta tarde pela Antena 1, acrescentando que o Governo e a organização da feira de tecnologia – uma das maiores do mundo – acertaram a continuidade em Lisboa.

O contrato inicial, assinado em 2015, previa a realização de três edições na capital portuguesa (2016, 2017 e 2018) com mais dois anos de opção. Face à aproximação do fim do contrato, e perante o interesse de outras capitais e cidades europeias, o Governo puxou a organização para a mesa das negociações em Julho, para assegurar a continuidade do evento em Lisboa. E os esforços, coordenados por uma equipa que incluía representantes do Ministério da Economia e o ministro Adjunto, deram resultados: segundo a Antena 1, o acordo a divulgar quarta-feira prevê a manutenção da feira em Lisboa por mais dez anos, mas, segundo o jornal Eco e a Agência Lusa, o prolongamento efectivo será por cinco anos, com mais cinco anos de opção.

A um mês de distância da próxima edição, que deverá reunir 70 mil pessoas na capital portuguesa, entre os dias 5 e 8 de Novembro, exclui-se assim a possibilidade de a Web Summit trocar a capital portuguesa por Madrid ou Berlim, duas das cidades que tinham sido apontadas como estando interessadas naquela organização.

As cidades de Valência e Munique são as únicas que anunciaram publicamente a negociação de uma eventual transferência, mas a equipa de Paddy Cosgrave não deixou dúvidas de que havia outros locais na corrida. Porém, nesta terça-feira, os responsáveis publicaram na página da Web Summit no Facebook uma mensagem com fotografias de diferentes cidades, incluindo Lisboa, Madrid e Berlim, anunciando, num tom enigmático, que haveria novidades dentro de 24 horas.

Como fazer crescer a Web Summit?

O anúncio agendado para esta quarta-feira deverá cobrir uma série de questões conexas à manutenção da Web Summit em Portugal, a começar por uma possível expansão do evento a outros locais de Lisboa – até agora, o palco tem sido a Altice Arena e os pavilhões da FIL no Parque das Nações.

A organização já vinha demonstrando interesse em fazer crescer a feira, uma ideia que terá sido acolhida pelo executivo de António Costa, que terá de anunciar também quanto custará desta vez o contrato com Paddy Cosgrave. Em 2015, o financiamento público acordado ascendeu a 1,3 milhões de euros por edição, um valor que se poderia considerar pequeno quando comparado com o retorno financeiro para a economia portuguesa – que segundo estimativas do Governo rondariam os 300 milhões de euros em 2017.

A candidatura de Valência, nos termos em que foi divulgada por aquele município espanhol, previa um investimento de cinco milhões de euros em cada um dos dez anos incluídos na proposta. Já Munique, que quer o evento por um mínimo de sete edições, avançou com um investimento de pelo menos 850 mil euros por ano

O PÚBLICO contactou diferentes fontes do Governo e da Câmara Municipal de Lisboa, mas nenhuma confirmou os termos do acordo tal como foi noticiado por diferentes órgãos de comunicação. Do lado da organização, a resposta foi lacónica: "Amanhã [quarta-feira] será feito um anúncio sobre a futura localização da Web Summit. Nessa altura será revelado tudo."

Editado: Incluídos detalhes sobre a candidatura que a cidade de Munique apresentou à Web Summit.

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