Travada a instalação de parquímetros na zona Ocidental do Porto

PSD, PS, CDU e Bloco de Esquerda votaram contra a proposta do executivo e os 22 votos do grupo de Rui Moreira e do PAN não chegaram para fazer aprovar o documento.

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A Ramada Alta foi uma das últimas zonas da cidade a receber parquímetros Adriano Miranda

A Assembleia Municipal do Porto rejeitou, na noite de segunda-feira, a proposta do executivo para a abertura de um concurso público de concessão da exploração dos lugares de estacionamento pago na via pública na zona Ocidental da cidade do Porto. Ao contrário do que fizera na reunião de câmara, em que se abstivera, o PSD votou contra a proposta, juntando-se ao PS, à CDU e ao Bloco de Esquerda. Os 22 votos do grupo independente Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido e da deputada Bebiana Cunha, do PAN – Pessoas Animais Natureza não foram suficientes para contrariar os 24 votos de toda a oposição.

Se tivesse sido aprovada, a proposta abria à porta à instalação de três mil novos lugares de estacionamento pago à superfície. Os parquímetros seriam instalados em zonas definidas pela autarquia como Parque da Cidade, Foz Velha, Foz Nova, Império, Pasteleira, Gomes da Costa, Foco, Antunes Guimarães, Boavista Oeste e Vilarinha. O processo volta agora à estaca zero e, questionada pelo PÚBLICO sobre se irá deixar cair a proposta ou reformulá-la, o gabinete de imprensa da Câmara do Porto diz que “ainda não está nada decidido”.

Antevendo que a proposta seria chumbada, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, acusou os deputados municipais de prestarem “um péssimo serviço à cidade”, ironizando: “O bloco central está vivo, bem preparado e a anunciar o que vai ser o futuro do país. Lá para Outubro/Novembro [do próximo ano, aquando das eleições legislativas] vamos ter o bloco central, vamo-nos habituando”. O autarca afirmou ainda que serão os deputados da oposição “a explicar aos moradores” a razão para a não existência de lugares pagos à superfície e, consequentemente, a construção de alguns parques de estacionamento, como os previstos para as zonas de Aviz, uma vez que, disse, a construção destes parques só encontraria interessados se houvesse, em simultâneo, parquímetros.

A oposição não se comoveu e rejeitou mesmo a proposta, depois de levantar diversas objecções ao concurso – desde o local onde seriam instalados os parquímetros, a área em si, que consideram de carácter mais residencial e não necessitada da rotatividade desejável na Baixa, ou o que consideram ser a ausência de uma política de mobilidade consistente, em que o alargamento de estacionamento pago à superfície se enquadrasse.

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