Dois anos de prisão para o homem no centro do escândalo da Academia Sueca

Jean-Claude Arnault é condenado pela violação de uma escritora em 2011. Outras 18 mulheres acusam-no de assédio e violência sexual.

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Jean-Claude Arnault na chegada ao tribunal LUSA/JANERIK HENRIKSSON

Um tribunal sueco condenou nesta segunda-feira a dois anos de prisão o fotógrafo e dramaturgo francês Jean-Claude Arnault por crimes de violação. Arnault foi protagonista de um escândalo sexual que abalou a Academia Sueca, e em que era acusado de assédio e violência sexual por 18 mulheres – como consequência, a edição do Prémio Nobel da Literatura deste ano, cujo vencedor deveria ser conhecido esta semana, foi adiada. A sentença desta segunda-feira refere-se à violação de uma escritora em duas ocasiões, durante o ano de 2011.

As múltiplas acusações contra o francês tinham levado a que vários membros da Academia Sueca abandonassem a organização, incluindo a mulher de Arnault, a escritora Katarina Frostenson, e a secretária permanente da instituição, Sara Danius, bem como outros nomes como Peter Englund, Klas Ostergren e Kjell Espmark, em sinal de protesto pela forma como a Academia geriu o caso. Foi a maior crise a abalar a instituição fundada em 1786 pelo rei Gustavo III.

Arnault sempre refutou as acusações de que era alvo, negando ainda que tenha sido o responsável por sucessivas fugas de informação em relação a vários laureados com o Nobel da Literatura, cujos nomes circulavam antes do anúncio oficial.

A sentença é conhecida no mesmo dia em que é anunciada a atribuição do primeiro dos Prémios Nobel deste ano. O Nobel da Medicina ou Fisiologia de 2018 foi atribuído esta segunda-feira aos investigadores James P. Allison e Tasuku Honjo, por descobertas relacionadas com o papel do sistema imunitário na luta contra o cancro.

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