Manifestações em Barcelona acabam em confrontos entre independentistas e a polícia

Catorze pessoas ficaram feridas na sequência de uma carga policial contra manifestantes que tentavam chegar perto de uma outra manifestação de apoio à actuação da polícia no referendo secessionista de 2017.

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Agente dos Mossos atingido com tinta EPA/ENRIC FONTCUBIERTA
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Manifestantes lançaram pó colorido sobre aos Mossos Reuters/JON NAZCA
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Mossos travaram a contramanifestação Reuters/JON NAZCA
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Manifestantes independentistas indignados com protesto do sindicato Jusapol Reuters/JON NAZCA
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Mossos formaram cordão de segurança em Barcelona Reuters/JON NAZCA
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Mossos foram atingidos com tinta pelos manifestantes EPA/MARTA PEREZ
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Independentistas acamparam na praça Sant Jaume Reuters/JON NAZCA

A cidade de Barcelona foi este sábado palco de confrontos entre independentistas catalães e elementos dos Mossos d’Esquadra. Os agentes da polícia catalã carregaram contra um grupo de manifestantes que os atingiu com sacos de pó colorido e detiveram seis pessoas.

Os Mossos foram mobilizados para o centro da cidade para evitar que os cerca de seis mil independentistas se aproximassem de uma outra manifestação, organizada pelo sindicato policial Jusapol, que celebrou a actuação das autoridades no dia em que os catalães tentaram levar a cabo um referendo para a secessão de Espanha.

De acordo com o serviço de emergências, 14 pessoas foram feridas durante os confrontos e duas delas tiveram mesmo de ser transportadas para o hospital.

A contramanifestação acabou por ser travada pelos agentes policiais, que formaram um cordão de segurança para impedir que as duas manifestações se cruzassem. 

A concentração do Jusapol tinha como pano de fundo a exigência da equiparação salarial entre os agentes da Guardia Civil e Polícia Nacional e as polícias autonómicas. Mas o seu principal objectivo foi o de homenagear a intervenção das autoridades policiais no dia 1 de Outubro do ano passado – nesse dia realizou-se o referendo secessionista catalão, declarado ilegal por Madrid, e reprimido pela polícia que seguia as ordens do Governo de Mariano Rajoy. 

A defesa da equiparação de salários já levou o Jusapol a organizar manifestações um pouco por toda a Espanha, mas a escolha de Barcelona para novo protesto, a poucos dias de se cumprir o primeiro aniversário do referendo, foi entendida pelos independentistas como uma provocação. 

Dezenas de catalães pró-independência acamparam durante várias semanas na praça Sant Jaume, garantindo que não iriam permitir a realização da manifestação policial, sob o lema “No passareu” (Não passarão). Já eram por isso esperados momentos de tensão, que foram agravados quando entre as cercas de três mil pessoas que aderiram ao protesto do Jusapol apareceram bandeiras espanholas e ouviram-se gritos de “Viva a Espanha”.

Segundo o jornal Vanguardia, entre aqueles que acamparam e protestaram este sábado encontravam-se elementos da juventude partidária da Candidatura de Unidade Popular (CUP), o partido independentista e anticapitalista que integra a ala secessionista do parlamento catalão.

O El País refere ainda que o Cidadãos e outras plataformas de apoio à causa "espanholista" na Catalunha fizeram-se igualmente representar entre os manifestantes do Jusapol.

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