Com menos mistérios por deslindar, This Is Us cria novas incertezas e vai até ao futuro

A série dramática já cruzava várias linhas temporais, mas junta agora uma dimensão proléptica à receita de sucesso da série, cuja terceira temporada arrancou esta quinta-feira. Este artigo contém spoilers.

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Chegou a terceira temporada do drama familiar This Is Us e com ela chegaram novos mistérios. A terceira temporada chegou firme, mas com uma queda de 20% das audiências na estreia dos EUA (comparando com a première da segunda temporada, exibida na NBC há um ano) – o que talvez possa ser explicado pelo final morno da segunda temporada, em que grande parte dos mistérios que apoquentaram a narrativa começada em 2016 tinham já sido revelados. O que não significa que a série, minuciosamente tecida para surpreender, fazer rir e chorar, não se consiga reinventar. O primeiro episódio da terceira temporada foi exibido esta quinta-feira na Fox Life; com um novo episódio às quintas (22h20), This Is Us prolongar-se-á durante 17 semanas.

A série criada pelo  norte-americano Dan Fogelman – que realizou recentemente a longa-metragem romântica Life Itself, arrasada pela crítica por ser irrealista e por lhe faltar alguma da diversidade que existe em This is Us – gira em torno da família Pearson, focando-se no casal Rebecca (Mandy Moore) e Jack (Milo Ventimiglia) e nos seus três filhos: Kate (Chrissy Metz), Kevin (Justin Hartley) e Randall (Sterling K. Brown). E, como vem sendo habitual, a acção do arranque da temporada começa precisamente no dia de aniversário dos três irmãos. A receita de sucesso junta aos problemas mundanos a temas como a obesidade, o racismo, a adopção ou a maternidade.

Os principais segredos que regiam o enredo ficaram resolvidos durante o último ano, conforme iam sendo reveladas as circunstâncias que levaram à morte de Jack. Mas a terceira temporada arranja espaço para arriscar e tenta colmatar esse vácuo com novos enigmas e incertezas: é caso disso a introdução da narrativa sobre a guerra do Vietname, o passado buliçoso de Jack e Rebecca, a infertilidade de Kate, ou a “ela” desconhecida.

This Is Us já se dividia entre linhas temporais, mas passa agora a ter uma nova dimensão proléptica: Randall é visto com a sua filha mais velha num tempo futuro, anos à frente da narrativa principal, e com referências constantes à tal “ela”. O híbrido de comédia e drama familiar, descrito como “catártico”, mostra que a vida é como um jogo de PacMan, como comparava Randall num episódio da segunda temporada – o cenário e os fantasmas são os mesmos, só mudam os jogadores.

Apesar da queda nas audiências, a série continua a contar com cerca de dez milhões de espectadores só nos Estados Unidos e soma mais de 34 vitórias em prémios como os Emmy Awards ou os Golden Globes. E foi precisamente esse êxito que permitiu que os protagonistas tivessem um aumento de salário que faz com que ganhem 250 mil dólares por cada episódio da terceira temporada (cerca de 213 mil euros), revela a revista The Hollywood Reporter – o que perfaz um total de 4,5 milhões de dólares por temporada (3,8 milhões de euros).

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