Rede Europeia indica que 17% dos pobres em Portugal têm emprego

A Rede Europeia Anti-Pobreza (European Anti Poverty Network), liderada pelo padre Agostinho Moreira, procura orientar a actividade em Portugal seguindo dois eixos: trabalho em parceria e maior distribuição da riqueza.

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pp paulo pimenta

Cerca de 17% dos pobres em Portugal são trabalhadores, o que significa que "não têm ordenado digno", alertou esta quarta-feira, no Funchal, o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, Agostinho Moreira, sublinhando a necessidade de "maior justiça" na distribuição da riqueza.

"Entre os pobres em Portugal, 17% são trabalhadores. Quer dizer que não basta ter um emprego para estar fora da pobreza. Não basta. É preciso ter um ordenado digno", afirmou o responsável, durante a assinatura de um contrato-programa com o Governo Regional da Madeira para a criação de um núcleo na região autónoma.

A Rede Europeia Anti-Pobreza (European Anti Poverty Network), liderada pelo padre Agostinho Moreira, procura orientar a actividade em Portugal seguindo dois eixos: trabalho em parceria e maior distribuição da riqueza.

"Devemos evitar que a luta contra a pobreza se torne bandeira de um qualquer partido", disse, realçando que "a pobreza não tem partido" e deve constituir um "desígnio" nacional, europeu e mundial.

Agostinho Moreira afirmou ainda que a construção de uma sociedade mais democrática, mais justa e mais fraterna só é possível se as instituições derem "as mãos e o coração".

O responsável sublinhou, por outro lado, que uma "maior justiça na distribuição da riqueza" deve ser espelhada no Orçamento do Estado, beneficiando sectores como a saúde, a educação, a habitação, a cultura, o emprego, as reformas e os ordenados.

A Rede Europeia Anti-Pobreza é uma instituição particular de solidariedade social, fundada em 1990, em Bruxelas (Bélgica). Actualmente está representada em 31 países, nomeadamente Portugal, desde 1991, onde conta com 18 núcleos distritais.

A instalação do núcleo da Madeira eleva para 19 as representações da rede ao nível nacional.

"O nosso objectivo é a libertação da pessoa humana de tudo o que a impede do seu desenvolvimento e proporcionar-lhe iguais oportunidades em ordem à sua inclusão activa", acentuou Agostinho Moreira.

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