Milionário chinês suspeito de violar estudante nos EUA

Empresário suspeito de “conduta sexual criminosa” regressou à China no início de Setembro.

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Richard Liu, fundador da JD.com, tem 45 anos Reuters/Bobby Yip

O departamento da polícia de Minneapolis já terminou as investigações às suspeitas de violação de uma estudante chinesa da Universidade de Minnesota, por parte do milionário chinês Richard Qiangdong Liu, fundador da gigante do comércio online JD.com.

Os procuradores norte-americanos estão agora a analisar as informações recolhidas pelas autoridades policiais, refere o Washington Post. Não há ainda uma data para tomarem uma decisão sobre o caso, que terá ocorrido na noite de 30 para 31 de Agosto.

Se for acusado de violação, o magnata arrisca-se a enfrentar uma pena de prisão até 30 anos, mas neste momento Liu já regressou à China, país com quem os Estados Unidos não têm um acordo de extradição. A defesa do empresário diz que as suspeitas de violação são infundadas e mantêm que o magnata está inocente.

O que se terá passado

Liu, de 45 anos, é suspeito de ter violado a estudante de 21 anos depois de ambos terem estado num jantar de grupo entre amigos num restaurante japonês. A vítima, cuja identidade não foi tornada pública, estuda na mesma universidade norte-americana onde o gestor milionário estava a frequentar um programa para executivos.

A partir dos relatos de algumas testemunhas e de mensagens que a jovem enviou a amigos durante a madrugada através da rede social WeChat, a Reuters revelou alguma informação sobre o que se terá passado na noite de 30 de Agosto.

A estudante estava num jantar de amigos no qual também participava o empresário chinês, no restante japonês Origami Uptown, onde a festa terá terminado por volta das 21h30.

Uma fonte citada pela Reuters conta que Liu e a estudante se dirigiram para uma casa em Mineápolis que teria sido arrendada por um colega do empresário, mas não chegariam a entrar. Entretanto, Liu foi visto a puxar a estudante para dentro do seu carro, de acordo com uma testemunha referida pela agência de notícias.

Uma das mensagens enviadas pela estudante a uma das amigas algumas horas mais tarde revela que o empresário começou a tocar-lhe. A jovem terá pedido para parar, mas o empresário continuou. Há escassa informação sobre as horas seguintes, sabendo-se, porém, que os dois foram para o apartamento da estudante.

O relatório policial aponta que a violação terá ocorrido por volta da uma da manhã. Sabe-se que a estudante enviou uma mensagem através do WeChat a uma amiga a meio da noite a contar que Liu a forçara a fazer sexo com ele. A polícia foi avisada da situação por uma amiga da estudante e as autoridades chegaram ao apartamento da jovem de manhã, quando Liu ainda se encontrava dentro de casa.

Liu de volta ao trabalho

O magnata de 45 anos foi detido pelas autoridades por ser suspeito de “conduta sexual criminosa”, mas foi libertado ao fim de 17 horas. A 3 de Setembro, Liu regressou à China e foi visto na última terça-feira numa reunião de trabalho em Wuhan, capital da província central de Hubei, depois de ter cancelado na véspera a presença numa conferência em Xangai sobre inteligência artificial.

A sociedade de advogados que defende a estudante, a Florin Roebig e a Hang & Associates, não confirma se avançará, ou não, com uma acção contra o empresário. “As nossas intenções legais em relação a Liu e outros serão reveladas no momento apropriado”, afirmou a sociedade de advogados à Reuters.

Já o advogado de Liu, Jill Brisbois, afirma que as alegações contra o seu cliente “são inconsistentes” e diz esperar que as informações sobre o que se passou sejam conhecidas quando o caso for encerrado. Liu comprometeu-se a cooperar com as autoridades policiais de Mineápolis.

A JD.com foi fundada há cerca de 20 anos por Liu e é uma das gigantes chinesas do comércio online, a segunda maior, depois da Alibaba. O crescimento da empresa permitiu ao empresário uma fortuna que, segundo a Bloomberg, está hoje avaliada em 7,3 mil milhões de dólares.

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