Taxistas recebidos pelo assessor económico de Costa

Centenas de taxistas estão concentrados na Praça do Comércio, em Lisboa. PSP preparada para o protesto dos taxistas, independentemente do tempo que durar.

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LUSA/TIAGO PETINGA

Representantes dos taxistas foram recebidos esta segunda-feira à tarde pelo assessor económico do primeiro-ministro, em Lisboa.

“Costa, urgente, ouve o presidente” foi um dos principais gritos de ordem do percurso que levou cerca de 45 minutos a fazer, desde os Restauradores até à Praça do Comércio, onde se encontra instalado o gabinete provisório de António Costa.

A liderar o desfile, que junta centenas de pessoas, estavam mais de uma dezena de mulheres taxistas. Entre os gritos, ouvia-se este: “Plataformas ilegais não pagam impostos em Portugal.”

Quarta-feira, Assembleia da República

Os taxistas mantêm-se firmes no protesto junto aos seus táxis, que, em Lisboa, segundo os últimos dados divulgados, estão estacionados desde os Restauradores até ao Campo Pequeno.

Para quarta-feira está agendada uma nova marcha até à Assembleia da República, coincidindo com a presença do ministro do Ambiente, que tutela o sector, no plenário.

Segundo o intendente Alexandre Coimbra, a PSP “tem tudo preparado” para fazer face a estas acções, nomeadamente “o policiamento adequado para a próxima quarta-feira”.

Inicialmente, os representantes dos taxistas exigiam que os partidos fizessem, junto do Tribunal Constitucional, um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma.

Na sexta-feira, o processo teve um desenvolvimento, com o PCP a pedir a revogação da lei, uma decisão que os taxistas consideram estar no “caminho correcto”, mas que ainda não é suficiente.

As associações de taxistas foram recebidas no sábado pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República e decidiram manter o protesto, até serem recebidos pelo primeiro-ministro.

Depois do encontro, a delegação de representantes dos taxistas, encabeçada pelos presidentes da ANTRAL, Florêncio de Almeida, e da Federação Nacional do Táxi, Carlos Ramos, entregou uma carta no gabinete do primeiro-ministro no Terreiro do Paço, em Lisboa, a pedir uma intervenção com urgência para resolver as suas reivindicações.

PSP atenta

A PSP assegurou esta segunda-feira que está preparada e com capacidade de resposta, “independentemente do tempo que durar” o protesto dos taxistas, que cumprem esta segunda-feira o sexto dia de luta contra a lei das plataformas electrónicas de transporte.

“Até ao momento não tivemos necessidade de reforçar o nosso dispositivo. Naturalmente que, estando a acompanhar esta situação desde a passada quarta-feira, já foram envolvidos alguns milhares de polícias nesta operação e temos de fazer uma gestão rigorosa dos nossos recursos, até porque temos várias valências no terreno, mas temos tido a capacidade de resposta e vamos ter a capacidade de resposta, independentemente do tempo que durar este protesto”, disse o porta-voz da Direcção Nacional da PSP, intendente Alexandre Coimbra.

Em declarações à agência Lusa, o director das Relações Públicas da Direcção Nacional da PSP acrescentou que a polícia está a acompanhar o protesto desde o seu início, “vinte e quatro horas por dia”, salientando que, até ao momento, não há registo de qualquer incidente em Lisboa, no Porto ou em Faro, cidades nas quais os protestos se têm feito sentir, com a concentração de taxistas.

“Temos feito reuniões regulares com as associações promotoras desta concentração e posso sublinhar que têm sido muito positivas, tem havido um espírito de colaboração muito especial por parte dos promotores, o que revela efectivamente que querem exercer o seu direito de manifestação e reunião dentro daquilo que está definido na lei. Posso adiantar que, até ao momento, não foi registado qualquer incidente ou qualquer ocorrência digna de relevo relativamente a esta concentração”, afirmou o porta-voz da Direcção Nacional da PSP.

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